A família que foi morta a tiros por um adolescente de 16 anos, apreendido após ligar para a Polícia Militar e confessar os homicídios, na Vila Jaguara, na Zona Oeste de São Paulo, morava no local havia menos de dois anos. As vítimas eram reservadas, mas os vizinhos contaram à TV Globo que as brigas na residência eram frequentes.
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“Eles eram muito reservados. Não tinham, assim, muito contato com os vizinhos. Era só assim de ‘bom dia’ e ‘boa tarde’. A briga ali era constante, todos os dias”, contou Célia Regina, que mora nas proximidades.
Apesar do relato de confusões constantes, os vizinhos afirmaram que não ouviram nenhum barulho suspeito na última sexta-feira (17), quando Isac Tavares Santos, de 57 anos, Solange Aparecida Gomes, de 50, e Letícia Gomes Santos, de 16, teriam sido mortos. “No dia do assassinato a gente não escutou nada, nada”, disse outra vizinha, Sônia Oliveira.
Isac trabalhava como Guarda Civil Municipal em Jundiaí, na Grande São Paulo, desde 2012. A corporação lamentou a morte dele, que atuava na Divisão Florestal.
O caso foi descoberto depois que o adolescente ligou para a Polícia Militar, na noite de domingo (19). Na ocasião, ele confessou que tinha matado os pais e a irmã, na sexta-feira, e permanecia em casa com os corpos. Os agentes foram ao endereço, onde encontraram as vítimas já em estado de decomposição.
O adolescente foi apreendido e levado ao 87º Distrito Policial, onde o caso foi registrado como ato infracional por homicídio, feminicídio, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e vilipêndio de cadáver. Depois ele seguiu para a Fundação Casa.
Briga por celular
De acordo com o boletim de ocorrência, o menor disse que houve uma briga com os pais na última quinta-feira (16), quando eles “o teriam chamado de vagabundo, tiraram seu celular e, não podendo usar o aparelho para fazer uma apresentação da escola”. Assim, ele planejou matá-los e pegou a arma de Isac no local em que ele a escondia.
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O menor disse que o pai estava na cozinha, de costas, quando ele o baleou. A irmã foi até o local para ver o que tinha acontecido e levou um tiro no rosto. Depois disso, o adolescente disse que foi para a academia e retornou para casa, quando ficou esperando a mãe adotiva chegar. Quando Solange entrou na casa e viu os corpos do marido e da filha, também foi assassinada.
No sábado (18), depois que a mãe já estava morta, ele ainda cravou uma faca no corpo dela. Já a pistola usada nos crimes foi encontrada na mesa da sala, com munição íntegra. Porém, também havia uma cápsula deflagrada.
Ao ser ouvido na delegacia, o adolescente revelou que já tinha pensando antes em matar os responsáveis e reafirmou que, se pudesse, “faria tudo de novo”. Quanto à irmã, ela foi assassinada por estar no local naquele momento.