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Caso Isabella: casal Nardoni prepara ação para pedir anulação da condenação por morte da menina

Defesa de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, que estão em regime aberto, pedirá revisão criminal do caso

Eles estão separados desde o ano passado
Defesa de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni reúnem documentos para pedir revisão criminal sobre a condenação (Reprodução)

A defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, ambos condenados pela morte da menina Isabella Nardoni, de 5 anos, se articula para pedir uma revisão criminal do caso. O objetivo é rever a sentença do pai e madrasta da vítima, que atualmente cumprem pena em regime aberto, e quem sabe até obter a anulação das penas.

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A revelação foi feita pelo advogado Roberto Podval, que defende o casal, em entrevista ao portal “Metrópoles”. Os condenados até hoje alegam inocência, sendo assim, a defesa reúne documentos para pedir a revisão criminal, que é um recurso que permite contestar decisões judiciais que já tiveram sentenças definitivas, como é o caso.

“Estamos preparando uma revisão criminal e precisamos de alguns documentos”, explicou Podval. Entre as medidas está o questionamento sobre o destino dos materiais usados pelo Instituto de Criminalística (IC) para fazer a perícia da morte de Isabella. Entre os itens estão amostras sanguíneas e outros objetos, que a defesa quer ter a permissão para analisar mais uma vez.

Porém, no último dia 14 de maio, a juíza Andrea Coppola Brião, da 2ª Vara do Júri, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), rejeitou a solicitação dos advogados. A magistrada destacou que parte desse material usado na perícia já foi destruído, inclusive, com conhecimento das partes.

Andrea ressaltou, ainda, que os advogados não seriam “habilitados tecnicamente” para analisar as evidências de forma direta e sugeriu que os defensores nomeassem um perito particular. “Trata-se de meios de prova cujos materiais estão guardados para fins de análise pelos órgãos competentes e, potencialmente, por peritos indicados pelas partes, se interesse houver, que tenham conhecimento e amparo técnico para consulta, análise e manuseio de tais provas.”

Apesar da negativa, Podval ressaltou que a defesa busca novos elementos e vai solicitar a revisão criminal do caso.

Condenações e regime aberto

Alexandre, que foi condenado a 30 anos, 2 meses e 20 dias de prisão, cumpriu no último dia 6 de abril o “lapso temporal” necessário na prisão para a progressão para o regime aberto. Assim, a defesa dele entrou com um pedido de liberdade, mas a Justiça determinou que ele passasse por um exame criminológico.

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O detento atendeu e passou pela análise, quando obteve parecer favorável e deixou a Penitenciária de Tremembé, no interior paulista, no último dia 6 de maio.

O Ministério Público de São Paulo se posicionou contrário à medida, argumentando o fato de que ainda falta muito para a conclusão da pena e também o fato do homem nunca ter admitido ter matado a filha. Mesmo assim, a liberdade foi concedida. Depois da soltura, o órgão recorreu, mas o caso ainda não foi analisado pela Justiça.

Já Anna Jatobá, sentenciada a 26 anos e oito meses pela morte da enteada, conseguiu a progressão para o regime aberto em junho de 2023. Desde então, ela leva uma vida praticamente normal, com direito a viagens de férias e eventos sociais.

Em março deste ano, quando Alexandre ainda estava em regime semiaberto, o casal obteve uma autorização judicial e pôde comparecer a um casamento, como padrinho, na Zona Norte de São Paulo.

Eles obtiveram autorização da Justiça
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram padrinhos de casamento, em São Paulo (Reprodução/RecordTV/SBT)

Morte de Isabella

Isabella Nardoni tinha cinco anos quando foi jogada pelo pai e pela madrasta da janela de um apartamento que ficava no sexto andar do Edifício London, no dia 29 de março de 2008, segundo a Justiça.

Inicialmente eles alegaram que foi uma queda acidental, mas a investigação apurou que a criança apresentava marcas de que tinha sido agredida e morta antes de ser arremessada.

O Ministério Público destacou durante o julgamento do casal que as provas periciais obtidas pela Polícia Civil não deixavam dúvidas sobre a autoria do assassinato. A acusação destacou que a madrasta esganou Isabella e, em seguida, o casal cortou a tela de proteção da janela e o pai jogou o corpo da criança.

Assim estaria Isabella Nardoni, com 19 anos, se ainda estivesse ainda
Isabella Nardoni, de 5 anos, foi morta e jogada de prédio em SP Reprodução

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