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Defesa de Alexandre Nardoni ‘vence’ batalha contra MP e garante manutenção do regime aberto; entenda

Condenado por matar a filha, Isabella, ele obteve progressão de pena e está em liberdade desde o último dia 6 de maio

A Justiça negou um recurso do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e manteve a decisão que colocou em liberdade Alexandre Nardoni, condenado pela morte da filha, Isabella. Ele está fora da cadeia desde o último dia 6 de maio, mas a Promotoria queria a revogação da medida e solicitou que ele passasse por um novo exame criminológico. Porém, a defesa alegou que tais análises já tinham sido feitas em abril passado, o que foi acatado pela juíza.

No recurso, o MP-SP destacou que ainda falta muito para a conclusão da pena e também citou o fato de que Alexandre nunca admitiu ter matado a filha. Assim, os promotores pediam que ele fosse submetido ao Teste de Rorschach.

A defesa do condenado, no entanto, ressaltou que ele passou por um teste criminológico recente, no qual teve pareceres que o consideraram apto a voltar ao convívio em sociedade. Além disso, ressaltou que ele cumpriu no último dia 6 de abril o “lapso temporal” necessário na prisão para a progressão para o regime aberto.

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“Agora, após exame concluído e favorável, vem novamente o promotor buscar a negativa da progressão, não porque o condenado não a mereça, mas única e exclusivamente em razão da publicidade que o caso traz”, alegaram os advogados de Nardoni à Justiça.

Os recursos foram analisados pela juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, da 4ª Vara de Execuções Criminais, na última sexta-feira (24). Ela acatou os argumentos da defesa e decidiu manter Alexandre em liberdade.

O MP-SP ainda não se posicionou após a nova decisão judicial.

Nova vida após liberdade

Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos, 2 meses e 20 dias de prisão, tem uma nova rotina após obter a progressão de pena para o regime aberto. Ele trabalha na empresa do pai, em São Paulo, e prefere ficar recluso em uma mansão nos dias de folga, evitando chamar a atenção em lugares públicos. Apesar de garantir que segue firme no casamento com Anna Carolina Jatobá, sentenciada a 26 anos e oito meses pela morte da menina, os dois não dividem o mesmo teto.

As revelações foram feitas pelo jornalista Ulisses Campbell, que assina a coluna “True Crime”, do jornal “O Globo”, que ouviu amigos e parentes do ex-detento. Segundo os relatos, Alexandre morre de medo de ser hostilizado na rua, já que ele é um dos condenados mais famosos do Brasil. Quando sai de casa, ele costuma usar óculos escuros, boné e dirige um carro com película 100% escura, tudo para não ser reconhecido.

Atualmente, ela reside na mansão do pai, Antonio Nardoni, situada no bairro de Tucuruvi, na Zona Norte de São Paulo, onde passa os momentos de folga e finais de semana. No imóvel luxuoso de três andares, com piscina, ele recebe amigos e tem feito os planejamentos para comemorar o próprio aniversário, no dia 26 de junho, quando ele completará 46 anos.

Enquanto isso, Anna Jatobá e os dois filhos do casal moram em um apartamento no bairro de Santana. Esse imóvel foi um presente do sogro para a condenada, para que ela pudesse retomar a vida após obter a progressão para o regime aberto, em junho do ano passado.

Além desses dois endereços, Alexandre também informou à Justiça que pode ser encontrado no endereço onde sua filha foi assassinada, na Vila Mazzei, Zona Norte da Capital.

Tanto Alexandre quanto Anna Carolina são funcionários da Marc Empreendimentos e Participações Ltda, com sede na rua Doutor César, bairro de Santana, empresa da qual Antonio Nardoni é proprietário.

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Morte de Isabella

Isabella Nardoni tinha cinco anos quando foi jogada pelo pai e pela madrasta da janela de um apartamento que ficava no sexto andar do Edifício London, no dia 29 de março de 2008, segundo a Justiça.

Inicialmente eles alegaram que foi uma queda acidental, mas a investigação apurou que a criança apresentava marcas de que tinha sido agredida e morta antes de ser arremessada.

O Ministério Público destacou durante o julgamento do casal que as provas periciais obtidas pela Polícia Civil não deixavam dúvidas sobre a autoria do assassinato. A acusação destacou que a madrasta esganou Isabella e, em seguida, o casal cortou a tela de proteção da janela e o pai jogou o corpo da criança.

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