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Mãe e irmão de ex-sinhazinha do Boi Garantido são suspeitos de forçar uso de drogas em rituais; entenda

Dupla foi presa e polícia apura se teve alguma ligação com a morte de Djidja Cardoso, de 32 anos

Mulher foi encontrada morta em casa
Ex-sinhazinha Djidja (à esq), a mãe Cleusimar Cardoso e o irmão, Ademar Cardoso (Reprodução/Instagram)

A Polícia Civil prendeu a mãe e o irmão da empresária e ex-sinhazinha do boi-bumbá Garantido Djidja Cardoso, de 32 anos, que foi encontrada morta nesta semana, em Manaus, no Amazonas. A corporação diz que a dupla liderava um grupo que obrigava o uso de drogas em rituais religiosos. A investigação ainda tenta descobrir se as atividades criminosas deles têm alguma ligação com a morte da artista.

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Segundo a polícia, Djidja também era investigada por envolvimento no esquema de compra, distribuição e aplicação da substância ketamina, que é um anestésico de uso humano e veterinário, mas que se tornou uma droga ilícita.

A mulher, que representou a sinhazinha do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintins, foi encontrada morta em casa na última terça-feira (28). O corpo dela passou por exames necroscópicos no Instituto Médico Legal (IML), mas os laudos com as causas do falecimento ainda não foram divulgados.

Após se aposentar da função de sinhazinha, ela fundou um salão de beleza, chamado Belle Femme, com a mãe e o irmão: Cleusimar e Ademar Cardoso. Segundo a polícia, a suspeita é que eles usassem o estabelecimento para o comércio dos entorpecentes. Além deles, também são investigados três funcionários do salão: Claudiele Santos da Silva, Marlisson Vasconcelos Dantas e Verônica da Costa Seixas.

Conforme a investigação, a família de Djidja era responsável pela seita “Pai, Mãe e Vida”, que promovia o uso e comercialização da ketamina, em Manaus. O grupo também fazia aplicação forçada da substância em integrantes e obrigavam os funcionários do Belle Femme a participar da doutrina.

A polícia destacou que as investigações indicam que algumas vítimas do grupo foram submetidas a violência sexual e aborto.

As defesas dos suspeitos não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Prisões

Ao todo, a Justiça do Amazonas expediu cinco mandados de prisão preventiva contra os familiares de Djidja e funcionários do salão de beleza. Eles são acusados pelos crimes tráfico de drogas, associação para o tráfico, e também por estupro, sendo esse mandado expedido contra Ademar Cardoso.

Após buscas, a mãe e o irmão da ex-sinhazinha foram presos na tarde de quinta-feira (30), quando estavam sob o efeito de entorpecentes e tentaram fugir da polícia. Um vídeo registrou o momento da captura (assista abaixo).

Na casa deles, a polícia apreendeu materiais como seringas, anestésicos, medicamentos de uso controlado, além de frascos de ketamina. Computadores e uma mala também foram recolhidos e serão encaminhados para perícia. Também foi presa Verônica da Costa Seixas, que trabalhava como gerente dos salões da família.

Horas depois, Claudiele Santos da Silva, que atuava como maquiadora, se entregou à polícia. Ela é investigada com base nos artigos 131 e 284 da Lei 2848, que trata da prática de transmitir doenças por meio de material contaminado e também prescrever, ministrar ou aplicar qualquer substância.

Já o cabeleireiro Marlisson Vasconcelos Dantas, o quinto investigado, não tinha sido preso até a manhã desta sexta-feira (31) e seguia sendo procurado.

Quem era Djidja Cardoso?

Dilemar Cardoso Carlos da Silva, que era conhecida como Djidja Cardoso, ficou conhecida por representar a sinhazinha da fazenda, personagem filha do dono da fazenda, que representa a história branca no espetáculo no Festival Folclórico de Parintins. Ela encantou os fãs do Boi Garantido entre os anos de 2016 e 2020.

Depois que se aposentou das apresentações, ela passou a trabalhar com a família na rede de salões de beleza. Meses antes de ser encontrada morta, ela postou nas redes sociais que lutava contra a depressão.

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