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VÍDEOS: Djidja Cardoso foi filmada pela mãe sob o efeito de drogas antes de ser achada morta; veja

Laudo preliminar aponta que ex-sinhazinha sofreu edema cerebral; suspeita é que overdose por cetamina levou ao quadro

A empresária e ex-sinhazinha do boi-bumbá Garantido Djidja Cardoso, de 32 anos, que foi encontrada morta em Manaus, no Amazonas, foi filmada pela mãe, Cleusimar Cardoso, enquanto estava sob o efeito de drogas. Segundo a Polícia Civil, a genitora costumava fazer as gravações na mesma casa em que a mulher morreu (assista abaixo). Ela e o filho, Ademar, estão presos suspeitos de forçar o uso de cetamina em rituais de seita.

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Em um dos vídeos, a mãe mostra Djidja em frente a uma pia, com a torneira aberta, e diz: “Ela está ganhando poderes”. Na sequência, Cleusimar fala que cetamina “não faz mal a ninguém”. Já em outra gravação, a mulher mostra os dois filhos sob o efeito de alucinógenos, enquanto dança em frente a um espelho.

Djidja, que representou a sinhazinha do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintins, foi encontrada morta em casa no último dia 28 de maio. Ela também era investigada por envolvimento em um esquema de compra, distribuição e aplicação da substância cetamina, que é um anestésico de uso humano e veterinário, mas que se tornou uma droga ilícita.

Um laudo preliminar apontou que a ex-sinhazinha sofreu um edema cerebral, que afetou o funcionamento dos pulmões e coração. A suspeita é que uma overdose por cetamina tenha agravado o quadro de saúde, mas essas análises ainda estão em andamento.

O laudo preliminar aponta morte por depressão respiratória, que é justamente um dos efeitos da droga”, explicou o delegado Cícero Túlio em entrevista ao jornal “O Globo”. Ele citou a semelhança com o diagnóstico do ator da série “Friends”, Matthew Perry, que morreu pelo uso da cetamina.

O resultado final da necropsia e exames toxicológicos de Djidja devem ficar prontos até o fim deste mês. Porém, segundo relato de familiares, a ex-sinhazinha estava viciada na droga há cerca de um ano. Ao perceberem a situação eles queriam buscar um tratamento que a ajudasse, mas a mãe e o irmão dela não permitiram. Com o passar dos meses, a ex-sinhazinha foi ficando cada vez mais debilitada.

“Ela ficou muito dependente. Então ela não vivia mais sem. Ela estava usando fralda, não conseguia mais se levantar, as pernas inchadas. A Djidja não queria que as pessoas vissem ela daquele jeito. Ela já estava com vergonha da aparência dela, mas para eles [mãe e irmão] era normal”, disse a prima, que pediu anonimato, em entrevista ao site G1.

No último dia 24 de maio, outra prima chegou a registrar um boletim de ocorrência contra a mãe e o irmão da empresária, alegando que ela era mantida em cárcere privado. A mulher era impedida de receber visitas e, segundo as parentes, vivia sob o efeito de drogas.

“Ela ficou muito dependente. Então ela não vivia mais sem. Várias vezes a gente tentou fazer alguma coisa, nós fizemos B.Os. Porém, a mãe e os funcionários proibiram nossa entrada. A gente não podia fazer nada”, lamentou a prima.

Drogas e rituais

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Após se aposentar da função de sinhazinha, ela fundou um salão de beleza, chamado Belle Femme, com a mãe e o irmão. Segundo a polícia, a suspeita é que eles usassem o estabelecimento para o comércio dos entorpecentes. Além deles, também são investigados três funcionários do salão: Claudiele Santos da Silva, Marlisson Vasconcelos Dantas e Verônica da Costa Seixas.

Conforme a investigação, a família de Djidja era responsável pela seita “Pai, Mãe e Vida”, que promovia o uso e comercialização da cetamina, em Manaus. O grupo também fazia aplicação forçada da substância em integrantes e obrigavam os funcionários do Belle Femme a participar da doutrina.

A polícia destacou que as investigações indicam que algumas vítimas do grupo foram submetidas a violência sexual e aborto.

Ao todo, a Justiça do Amazonas expediu cinco mandados de prisão preventiva contra os familiares de Djidja e funcionários do salão de beleza. Eles são acusados pelos crimes tráfico de drogas, associação para o tráfico, e também por estupro, sendo esse mandado expedido contra Ademar Cardoso.

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As defesas dos suspeitos não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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