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Brigadeirão: cigana presa cobrava até R$ 18 mil por ‘amarração’; ela ainda é investigada por sequestro

Suyane Breschak está presa suspeita de mandar psicóloga matar o namorado, Luiz Marcelo Ormond

Mulher também é investigada por sequestro ocorrido em MG
Suyane Breschak, a Cigana Esmeralda, cobrava até R$ 18 mil para fazer 'amarrações amorosas'; ela está presa suspeita de ser a mandante da morte de empresário, no RJ (Reprodução/Redes sociais)

A cigana Suyane Breschak, de 28 anos, que é apontada pela polícia como a mandante da morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44, no Rio de Janeiro, cobrava até R$ 18 mil para fazer “amarrações amorosas”. Conforme revelado pelo site G1, ela dizia ao seus clientes que garantia o sucesso dos serviços, ou devolveria o dinheiro pago.

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Nas redes sociais, onde soma mais de 700 mil seguidores, Suyane se apresentava como Cigana Esmeralda, ressaltando ser “legítima de berço” e “especialista em união amorosa”. Quando os interessados entravam em contato com ela, recebiam a seguinte mensagem:

“Amarração amorosa: traz a pessoa te amando e respeitando tendo olhos e prazer somente contigo na cama rastejando implorando pelo seu perdão se tiver com outra pessoa. Larga da pessoa toma ódio e nojo dessa outra pessoa”, dizia o texto. “Todos os trabalhos são garantidos ou seu dinheiro de volta”, ressaltava a cigana.

A mensagem seguia com uma tabela de preços, destacando que os resultados viriam dentro de 21 dias. Para uma amarração de 3 anos, o valor cobrado era de R$ 2.200. Já uma união de 5 anos saía por R$ 4.800 e sete anos de amarração, por R$ 5.200. Já para a definitiva, o valor cobrado era de R$ 18 mil.

Ao ser presa e confessar que ajudou a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29, a se desfazer dos bens de Luiz Marcelo, Suyane disse que a amiga de longa data tinha uma dívida com ela de R$ 600 mil. Assim, a jovem teria dado um brigadeirão envenenado ao namorado para obter dinheiro e quitar os valores.

Porém, para a polícia, a cigana foi quem arquitetou o plano do homicídio, que foi executado pela psicóloga. A suspeita é de que a vítima tenha comido o doce com pelo menos 60 comprimidos triturados de Dimorf, que tem morfina como princípio ativo. Esse medicamento é de uso controlado e só pode ser comprado com a retenção de receita. Por coincidência ou não, Suyane toma o mesmo remédio.

Segundo o delegado Marcos Buss, responsável pelo caso, foi a cigana quem instruiu Júlia a esmagar os comprimidos e colocar no brigadeirão. “A própria Suyany teria procurado informações sobre a aquisição de tal medicamento”, afirmou.

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Um laudo preliminar sobre as causas da morte de Luiz Marcelo apontou a presença das seguintes substâncias no corpo da vítima: Clonazepam; 7-Aminoclonazepam; cafeía e morfina. Não foi detalhada a quantidade de cada um dos itens no organismo e o relatório final segue em elaboração.

A cigana e a psicóloga seguem presas. A investigação continua em andamento para esclarecer qual foi a motivação do crime e qual era a relação das duas.

Enquanto isso, uma testemunha ouvida pela polícia contou que conhece a cigana de longa data e detalhes de seu passado. Por isso, tanto ela quanto sua advogada passaram a receber ameaças de morte após a repercussão do homicídio do empresário.

Polícia diz que cigana é a mandante do crime
Cigana Suyane Breschak (à esquerda) e a amiga, a psicóloga Júlia Pimenta; ambas estão presas suspeitas por morte de empresário no RJ (Reprodução/Redes sociais)

Investigada por sequestro

Além do envolvimento na morte de Luiz Marcelo, Suyane poderá responder pelo crime de sequestro contra o ex-marido e a esposa dele, em Monte Carmelo, no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais.

Segundo a polícia, ela é suspeita de tentar internar a dupla à força em uma instituição para dependentes químicos.

A denúncia foi feita por Orlando Ianoviche, que foi casado com a cigana. Ao registrar a ocorrência, no dia 18 de agosto de 2022, o homem afirmou que ele e a atual esposa foram abordados na BR-050 por quatro homens e obrigados a entrar em um carro e levados para uma residência. Lá, souberam que seriam levados para a clínica.

Constava na documentação que a solicitação de internação teria sido feito pela mãe de Ianoviche, porém, o número de telefone que aparecia como da responsável era o de Suyane. Assim, os funcionários da clínica acabaram liberando o casal.

O caso segue sendo apurado pela Delegacia de Uberlândia (MG) e agora, como ela foi presa, há expectativa de que seja ouvida.

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