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Brigadeirão envenenado: testemunha e advogada dizem que são ameaçadas por família de cigana

Elas afirmam que sabem qual foi a motivação do assassinato do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, no RJ

A Polícia Civil segue investigando a morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, no Rio de Janeiro. Uma testemunha e sua advogada prestaram depoimento e disseram que sabem qual foi a motivação assassinato, mas ambas alegaram que estão sendo ameaçadas pela família da cigana Suyane Breschak, de 28. Segundo a investigação, a mulher foi a mandante do crime e teria instruído a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29, a dar um brigadeirão envenenado ao namorado.

A testemunha ouvida pela polícia contou que conhece a cigana de longa data e detalhes de seu passado. Por isso, tanto ela quanto sua advogada passaram a receber ameaças de morte após a repercussão do homicídio do empresário.

A corporação também ouviu novamente Victor Ernesto de Souza Chaffi, o ex-namorado de Suyany, que foi preso por receptação ao comprar o carro de Luiz Marcelo. O homem chegou a apresentar um documento escrito à mão, que disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem. Além disso, portava o telefone celular e o computador da vítima. Após pagar R$ 5 mil de fiança, ele vai responder ao caso em liberdade.

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Com as oitivas, a polícia tenta esclarecer qual era, de fato, a ligação entre a cigana e a psicóloga. Mas a suspeita é que o crime foi cometido por questões financeiras, já que elas queriam ter acesso aos bens do empresário.

Um laudo preliminar sobre as causas da morte de Luiz Marcelo apontou a presença das seguintes substâncias no corpo da vítima: Clonazepam; 7-Aminoclonazepam; cafeía e morfina. Não foi detalhada a quantidade de cada um dos itens no organismo e o relatório final segue em elaboração.

A polícia suspeita que a vítima tenha comido um brigadeirão dado por Júlia, onde teriam sido acrescentados 60 comprimidos triturados de Dimorf, que tem morfina como princípio ativo. Esse medicamento é de uso controlado e só pode ser comprado com a retenção de receita. Por coincidência ou não, Suyane toma o mesmo remédio.

Segundo o delegado Marcos Buss, responsável pelo caso, foi a cigana quem instruiu Júlia a esmagar os comprimidos e colocar no brigadeirão. “A própria Suyany teria procurado informações sobre a aquisição de tal medicamento”, afirmou.

“Podemos falar com bastante segurança que há elementos nos autos, muitos elementos indicativos, de que a Suyany seria a mandante e arquiteta desse plano criminoso”, afirmou o delegado ao site G1. “A Júlia tinha uma grande admiração, uma verdadeira veneração pela Suyany”, ressaltou ele.

Morte do empresário

Luiz Marcelo foi achado sem vida no último dia 20 de maio. Dois dias depois, Júlia prestou depoimento em uma delegacia e deu detalhes sobre como era a convivência dos dois. Reportagem do “Fantástico”, da TV Globo, mostrou trechos da oitiva da mulher, que aparentava estar bem tranquila, chegando até mesmo a sorrir.

Em um trecho do depoimento, ela disse que teve um relacionamento com o empresário entre 2013 e 2017, mas que o namoro só foi oficializado em 2023. E abril deste ano, eles teriam passado a morar juntos. A jovem disse que logo depois disso eles passaram a brigar muito e percebeu uma mudança no comportamento do namorado.

“Eu percebi que ele estava muito cansado, muito estressado. E quando ele voltava no almoço, ele apagava”, disse Júlia, que afirmou ter sido traída por Luiz Marcelo. “Aí eu vi que enquanto eu estava dormindo, ele ficava em bate-papo. Provavelmente procurando p*. Aí descobri que tinha um Instagram fake. Aí teve briga. Aí eu falei que eu queria ir embora”, afirmou ela.

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Apesar da jovem ter alegado que deixou o apartamento do empresário no dia 20 de maio, quando ele ainda estava bem e chegou a fazer o café da manhã para ela, a polícia diz que nessa data o homem já estava morto.

“Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria se alimentado. Ela teria, inclusive, nós temos isso filmado, ela teria descido para academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, ressaltou o delegado.

Após prestar depoimento ela foi liberada, mas passou a ser procurada com o andamento das investigações. Após ficar sete dias foragida, ela se entregou.

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