O Ministério Público do Paraná ofereceu denúncia contra Débora Custódio, de 22 anos, acusada de atacar com soda cáustica a jovem Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, na cidade de Jacarezinho. Promotoria quer que ela seja julgada por tentativa de homicídio qualificado por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, motivo fútil (ciúmes), emprego de meio cruel e feminicídio.
ANÚNCIO
A denúncia também pediu que seja fixada uma quantia para a reparação dos danos materiais, morais e estéticos sofridos por Isabelly. Débora segue presa preventivamente, por tempo indeterminado, na Cadeia Pública de Santo Antônio da Platina.
A defesa da presa considerou a denúncia do MP “exagerada”, pois afirmou, em nota, que ela “carece de elementos essenciais para uma adequada representação do ocorrido” após análise dos fatos. Os defensores alegam que a medida foi “movida por comoção social”. “Buscaremos perante o tribunal do Júri a desclassificação do crime de homicídio para o crime de lesão corporal.”
Já Isabelly recebeu alta no último domingo (2) da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário de Londrina. Ela segue recebendo cuidados na enfermaria da unidade e não há previsão de alta médica.
A mãe dela, Regina, falou sobre as lesões sofridas pela filha: “A queimadura dela só foi dentro da boca, fora não. Não tem nada no rosto dela. Não afetou nenhum órgão, só dentro da boca mesmo. O rosto dela não. Parte do peito dela, mas bem pouco. Ela está bem, está conversando, já está ciente de tudo que aconteceu”, explicou.
Relembre o caso
Isabelly foi atacada enquanto voltava da academia na tarde do último dia 22 de maio. Uma mulher, que usava roupas escuras e uma peruca loira, se aproximou da jovem em uma rua e jogou o líquido.
Momentos depois, a jovem apareceu em imagens de câmeras de segurança, desesperada, pedindo socorro a populares, que a ajudaram. Ela foi levada a um hospital da cidade, onde segue internada.
ANÚNCIO
No dia 24 de maio, Débora acionou a Polícia Militar dizendo que estava sendo perseguida e, depois, confessou a autoria do ataque. Ela estava em um hotel quando foi presa.
A mulher disse à polícia que agiu por ciúmes do companheiro, que seria ex-namorado da vítima. A intenção dela era de apenas “dar um susto” na jovem e não imaginava a repercussão que o caso geraria. Os advogados querem que ela seja submetida a um exame de sanidade mental.
O advogado Jean Campos, que defende Débora, disse em entrevista à RPC que a mulher agiu por causa de “uma série de provocações e humilhações sofridas”, sendo que viu trocas de mensagens entre Isabelly e o companheiro em um aplicativo de celular, nas quais eles teriam rido das características físicas dela.
Dessa forma, Débora comprou soda cáustica em um supermercado, 15 dias antes do ataque, e jogou contra a jovem quando depois que ela saiu da academia. A defesa ressalta que, apesar dos atos, ela não planejava matá-la.
