Após ser acusado de ter assediado sexualmente um menino de 13 anos no banheiro de um shopping em Santos, litoral de São Paulo, ativista LGBTQIAPN+ pediu dinheiro para sair do estado devido a ameaças de morte.
ANÚNCIO
Segundo o g1, o homem estaria com uma meta de R$ 950 para custear a passagem, alimentação e para se manter nos primeiros dias. “Não posso divulgar essa vaquinha amplamente, infelizmente, o que dificulta muito”, escreveu ele nas mensagens qual qual a reportagem teve acesso.
“Preciso ir embora do estado para tentar garantir minha segurança, porém, com isso perdi todos meus trabalhos e não tenho dinheiro”, também dizia o texto.
O que disse o rapaz?
Em entrevista, o ativista não deu mais detalhes sobre a mudança de estado, mas afirmou que está sofrendo ameaças e que seus advogados tomariam providências.
“Estão indo atrás das minhas informações pessoais e entrando em contato através de perfis falsos para fazer ameaças de morte dizendo que mexi com ‘gente que tem dinheiro’ e ‘esse foi o maior erro da minha vida’”, disse o homem.
Sobre as acusações de assédio, ele nega. . “Não sou assediador e muito menos pedófilo. [...] Pessoas mal intencionadas, extremistas de direita e intolerantes estão aproveitando a situação para destilar ódio e justificar violência contra alguém que sempre levantou uma bandeira da qual eles não toleram”.
“Eu fiz uma piada idiota, dentro da minha cabine e sem ver o rapaz [como foi confirmado pela própria mãe]. Não faz nem sentido eu oferecer ou pedir o que quer que seja para alguém que eu nem vi”, afirmou o suspeito em entrevista.
ANÚNCIO
Entenda o caso
A mãe da vítima que afirmou ter sofrido o assédio disse, em entrevista, que a abordagem do ativista aconteceu no banheiro do e um shopping no bairro Gonzaga, bairro localizado em Santos (SP).
Segundo a mulher de 31 anos, o filho disse que entrou no banheiro e que a porta bateu com força. Após isso, ele teria dito “eita”, quando o homem de 24 anos teria perguntado da cabine ao lado se ‘poderia fazer um b*’ [sexo oral].
Ela disse que aguardava o filho do lado de fora quando ele deixou o banheiro e foi correndo em direção a ela. Ele então teria comentado sobre o assédio.
Talita então pediu ajuda aos funcionários do centro comercial, que aguardaram o homem sair do banheiro. “Não, não falei nada, não. Quantos anos teu filho tem?”, teria perguntado o ativista à mãe.
Após a chegada da polícia, todos foram ouvidos no 7º Distrito Policial (DP) e a mãe registrou um boletim de ocorrência.
Ainda de acordo com a mãe, o filho está receoso de frequentar banheiros sozinho após o ocorrido.
“Ele [adolescente] já falou que não vai entrar mais no banheiro sozinho. Eu não sei como vai ficar o psicológico dele”, desabafou a mãe. Ela registrou um boletim de ocorrência após o ocorrido na última quinta-feira (6).
ConLGBT emite nota
Após o ocorrido, o Conselho Municipal de Políticas LGBT+ (ConLGBT) informou que estava ciente do suposto assédio e que o conselheiro havia solicitado o afastamento do movimento.
Eles também pediram para que o “suposto comportamento criminoso” não seja ligado à “orientação sexual do seu eventual autor e, muito menos, com toda comunidade LGBTQIA+”.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como tentativa de estupro de vulnerável e os detalhes serão preservados. “O caso foi registrado na DDM de Santos. Detalhes serão preservados por envolver menor de idade e por se tratar de crime sexual”, informou.