A influencer e esteticista Natalia Becker, que foi indiciada pela morte do empresário Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, após um “peeling de fenol”, chamou atenção nas redes sociais por um motivo curioso. Ela concedeu entrevista ao programa “Fantástico”, da TV Globo, quando apareceu vestindo uma blusa rosa, com uma estampa da Minnie. A vestimenta é semelhante a que foi usada por Suzane Richthofen, condenada pela morte dos pais, ao falar com a emissora.
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Na entrevista, elas também tiveram comportamentos semelhantes: ambas se recusaram a responder determinadas perguntas e tiveram a interferência constante dos advogados enquanto tentavam se explicar.
No caso de Suzane, a entrevista ocorreu em 2006, quando ela permaneceu ao lado do advogado Denivaldo Barni, que a orientava o tempo todo. Além disso, a reportagem exibiu uma conversa entre ela e outro defensor, Mário Sérgio de Oliveira, não sabia que o microfone estava ligado quando mandou a jovem chorar durante a entrevista. A roupa com estampa da Minnie foi apontada como uma forma de infantilizar a jovem, para que ela não parecesse culpada de um crime cruel.
Já na entrevista de Natalia, divulgada no último domingo (9), ela apareceu usando um agasalho rosa, também com a imagem da Minnie e do Mickey. No começo da entrevista, ela se negou a responder perguntas como “qual era a sua profissão” ou “qual o tipo de fenol usado no procedimento”. Ela chegou a se levantar do banco e a dizer que não queria mais falar. Apesar do comportamento, ela voltou, mas a repórter Giuliana Girardi foi orientada pela advogada Tatiana Forte a evitar determinados tipos de perguntas.
Nas redes sociais, os internautas citaram que ambas as mulheres apareceram nas entrevistas com o rosto limpo, sem maquiagem, e, em determinados momentos, pareciam chorar. Para eles, essas técnicas tentavam sensibilizar o público que as assistiam.
“Natália Becker usou a tática Suzane Richthofen para dar a entrevista: cara de songa-monga, blusa da Minnie, mentiras e intervenção de advogado”, escreveu uma internauta. “Essa escolheu o look Suzane! Achou melhor que apostar na básica branca desgastada”, disse outro.
‘Peeling de fenol’
Natalia Becker foi indiciada por homicídio com dolo eventual pela morte de Henrique Chagas. O rapaz reclamou de fortes dores e morreu pouco depois de fazer um ‘peeling de fenol’ com ela, no último dia 3 de junho, em São Paulo. Conforme a polícia, ele sofreu lesões graves no rosto e na gengiva. A suspeita é que ele possa ter tido algum tipo de reação alérgica ao tratamento e morrido por “choque anafilático”.
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Conforme a Polícia Civil, Henrique pagou R$ 4,5 mil pelo procedimento estético. Ao se apresentar à polícia, Natalia disse que aprendeu a técnica em um curso online e fazia as aplicações desde o fim de 2023.
A clínica da esteticista foi fechada e multada pela Vigilância Sanitária após a repercussão da morte do empresário. O local tinha licença para funcionamento, mas não para a realização de “peeling de fenol”.
Morte do casal Richthofen
Segundo a Justiça, Suzane Richthofen, que agora se chama Suzane Louise Magnani Muniz, planejou a morte dos próprios pais, Manfred e Marísia, e teve a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos, para a execução do casal. O crime ocorreu no dia 31 de outubro de 2022.
Em 2006, ela foi julgada e condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado. No entanto, entrou com vários pedidos de revisão e conseguiu reduzir o tempo para 34 anos e 4 meses de prisão. A previsão é que ela, que está em regime aberto desde o início deste ano, cumpra a sentença no dia 25 de fevereiro de 2038.
Suzane tentava obter a progressão desde 2017 para o regime aberto, mas até então todos os pedidos tinham sido negados. No início de 2023, ela finalmente conseguiu o benefício.
Depois que saiu da prisão, Suzane passou a cursar biomedicina em uma faculdade particular e também prestou o concurso público da Câmara Municipal de Avaré, visando uma vaga como telefonista. Além disso, abriu um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Angatuba para seu ateliê de costura.
No ano passado, ela se casou com um médico e, em janeiro desde ano, deu à luz seu primeiro filho. Depois, voltou a cursar Direito em uma universidade em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, onde mora.