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Brigadeirão envenenado: psicóloga mandou carta para namorado traído e alegou que foi ‘coagida sob ameaça’

Júlia Pimenta, 29, está presa suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, 44; cigana é apontada como mandante

A psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, que está presa suspeita de matar o namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44, no Rio de Janeiro, mantinha um outro relacionamento ao mesmo tempo. O advogado Jean Cavalcante de Azevedo disse que não sabia que era traído e só foi ter ciência ao ver reportagens do homicídio na televisão. Antes de se entregar à polícia, a jovem escreveu uma carta para ele, na qual pediu perdão e alegou que era “coagida sob ameaça”.

A carta em questão foi entregue a Jean pela mãe de Júlia, no último dia 30 de maio, cinco dias antes da psicóloga ser presa. No texto, exibido pela TV Globo, ela afirmou que não nutria nenhum tipo de sentimento amoroso por Luiz Marcelo, que estava “sempre dopado”, e que ela “estava sendo coagida e sob ameaça”.

Jean, precisava te encontrar para te contar o que aconteceu, mas dada a minha situação vai ser complicado no momento. Eu sei que você está p*to comigo, se sente traído e enganado, e eu entendo. Mas queria que entendesse que eu estava sendo coagida e sob ameaça. Aquele beijo [gravado no elevador] foi fingido e não passou disso, até porque ele [Luiz Marcelo] estava sempre dopado, e eu fugia, não dormia nem no mesmo quarto”, escreveu Júlia.

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Eu sei que não ameniza, mas tudo o que está acontecendo foi porque fui fraca mentalmente, sofri uma lavagem cerebral e fui ameaçada de morte, você e minha mãe também. Então eu surtei. Ainda estou surtada, na verdade estou muito pior, sem saber lidar com tudo isso. Ainda mais sem seu apoio. Eu preciso muito do seu amor, do seu apoio e do seu perdão. Me ajuda a enfrentar tudo isso, fica do meu lado”, cita outro trecho da carta.

No texto, Júlia ainda pediu perdão várias vezes a Jean, alegou que não estava em sã consciência e implorou que o rapaz não a abandonasse, apesar de toda a situação.

Agora é a hora que eu mais preciso de você, por favor, não me abandona, fica do lado da sua mulher nesse momento difícil. Tenho certeza que daria a vida por você”, ressaltou a psicóloga.

A mulher disse, ainda, que não estava bem e que precisava de tratamento médico. Ela encerrou dizendo a Jean que sabe que ele quer perdoá-la. “Preciso que cuide de mim, e eu cuidarei para sempre de você. Seu abraço curaria muita coisa agora”, concluiu a carta.

Jean prestou depoimento à polícia e disse que não conhecia Luiz Marcelo. Ele afirmou que mantinha o namoro com Júlia há dois anos e, inclusive, eles planejavam se casar.

O homem ressaltou que nunca desconfiou que a namorada pudesse estar se relacionando com outra pessoa. Normalmente, para justificar sua ausência, ela afirmava ao advogado que tinha que fazer viagens de trabalho. Ele só soube que estava sendo enganado ao ver notícias de que ela está sendo procurada por homicídio.

Morte do empresário

Luiz Marcelo foi achado sem vida no último dia 20 de maio. Dois dias depois, Júlia prestou depoimento em uma delegacia e deu detalhes sobre como era a convivência dos dois. Reportagem do “Fantástico”, da TV Globo, mostrou trechos da oitiva da mulher, que aparentava estar bem tranquila, chegando até mesmo a sorrir.

Apesar da jovem ter alegado que deixou o apartamento do empresário no dia 20 de maio, quando ele ainda estava bem e chegou a fazer o café da manhã para ela, a polícia diz que nessa data o homem já estava morto.

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“Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria se alimentado. Ela teria, inclusive, nós temos isso filmado, ela teria descido para academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, ressaltou o delegado Marcos Buss.

Após prestar depoimento ela foi liberada, mas passou a ser procurada com o andamento das investigações. Após ficar sete dias foragida, ela se entregou e segue presa.

Para a polícia, a cigana Suyane Breschak, de 28 anos, que também está presa, foi quem arquitetou a morte do empresário para que Júlia vendesse os bens dele e quitasse uma dívida de R$ 600 mil que tinha por causa de “trabalhos de amarração”. “A própria Suyany teria procurado informações sobre a aquisição de tal medicamento”, disse o investigador.

“Podemos falar com bastante segurança que há elementos nos autos, muitos elementos indicativos, de que a Suyany seria a mandante e arquiteta desse plano criminoso”, afirmou o delegado ao site G1. “A Júlia tinha uma grande admiração, uma verdadeira veneração pela Suyany”, ressaltou ele.

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Um laudo preliminar sobre as causas da morte de Luiz Marcelo apontou a presença das seguintes substâncias no corpo da vítima: Clonazepam; 7-Aminoclonazepam; cafeía e morfina. Não foi detalhada a quantidade de cada um dos itens no organismo e o relatório final segue em elaboração.

A polícia suspeita que a vítima tenha comido um brigadeirão dado por Júlia, onde teriam sido acrescentados 60 comprimidos triturados de Dimorf, que tem morfina como princípio ativo. Esse medicamento é de uso controlado e só pode ser comprado com a retenção de receita. Por coincidência ou não, Suyane toma o mesmo remédio.

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