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Farmacêutica do PR suspeita de vender curso online de ‘peeling de fenol’ vira alvo de investigação

Daniele Stuart é suspeita de exercício ilegal da medicina; Natalia Becker diz que aprendeu técnica com ela

A Polícia Civil de São Paulo fez um pedido para a corporação no Paraná e a farmacêutica Daniele Stuart, que mora em Curitiba, virou alvo de uma investigação. Ela é suspeita de vender um curso online de aplicação de “peeling de fenol” à influencer Natalia Becker, que foi indiciada após a morte de um cliente na capital paulista.

Ao ser ouvida pela polícia, Natalia explicou que aprendeu a fazer o “peeling de fenol” no curso de Daniele, no valor de R$ 500, e que fazia as aplicações em sua clínica na capital paulista desde o fim de 2023. A investigação aponta que ela realizada inúmeros procedimentos do tipo semanalmente.

No último dia 3 de junho, o empresário Henrique Chagas, de 27 anos, passou mal logo após passar pelo peeling e não resistiu. Ele sofreu lesões graves no rosto e na gengiva e a suspeita é que possa ter tido algum tipo de reação alérgica ao tratamento e morrido por “choque anafilático”. O laudo com as causas do falecimento ainda são aguardados pela investigação.

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Natalia só se apresentou dois dias depois da morte do cliente. Foi quando indicou que aprendeu a técnica no curso online e acabou sendo indiciada por homicídio com dolo eventual. Ela responde ao caso em liberdade.

A partir daí, a polícia passou a apurar do que se tratava tal curso e chegou até Daniele, que é farmacêutica e também afirma nas suas redes sociais ser formada em biomedicina. Mesmo se apresentando como doutora e ser dona de uma clínica, ela não é médica e é suspeita de exercício ilegal da medicina.

A polícia paulista também quer ouvir a farmacêutica no inquérito sobre a morte de Henrique, mas ainda não se sabe se ela será ouvida no Paraná ou em São Paulo.

O que diz a farmacêutica?

O advogado Jeffrey Chiquini, que representa Daniele, negou ao site G1 qualquer irregularidade no curso online vendido por ela.

“Tentar envolver a doutora Daniele nesse caso e relacioná-la à morte da vítima é de todo injusto e irresponsável e precipitado. Doutora Daniele é uma profissional respeitada, especialista na área, gabaritada. Que forneceu um curso de acesso livre conceitual, que já foi acessado por mais de 3 mil alunos, sem haver qualquer reclamação”, afirmou.

O defensor admitiu que a farmacêutica não tem controle de quem acessa o curso, que era voltado para profissionais da área de estética.

“Acontece que a doutora Daniele não tem controle de quem acessa esse curso online. Mas afirmamos que em momento algum a doutora Daniele teve contato com essa pessoa que é acusada de autoria de homicídio. A doutora Daniele em momento algum ensinou essa senhora a realizar procedimentos invasivos. Não a instruiu a agir como fez. Inclusive os procedimentos que aquela senhora adotou não condizem com aquilo que a doutora Daniele ensina”, ressaltou o advogado.

“A doutora Daniele é habilitada para atuar nessa área, habilitada para ensinar. Mas aquilo que a doutora Daniele ensina não foi aplicado como deveria”, argumentou Chiquini.

Morte de empresário

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Henrique reclamou de fortes dores e morreu pouco depois do procedimento, realizado no último dia 3 de junho por Natalia Becker. Conforme a Polícia Civil, ele pagou R$ 4,5 mil pelo procedimento estético.

Ao saber da morte do cliente, Natalia também teria passado mal e socorrida a um hospital. Ela só se apresentou à polícia no dia 5 de junho para prestar esclarecimentos, quando foi indiciada por homicídio com dolo eventual.

Segundo alegado por Natalia, ela fez o curso online com uma farmacêutica do Paraná em agosto do ano passado. Nas aulas, aprendeu como aplicar o fenol e desde então nunca tinha enfrentado nenhuma intercorrência com seus clientes.

A clínica dela foi fechada e multada pela Vigilância Sanitária após a repercussão da morte do empresário. O local tinha licença para funcionamento, mas não para a realização de “peeling de fenol”.

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Além disso, a polícia descobriu que, apesar de se apresentar como esteticista, ela não registro na Associação Nacional dos Esteticistas e Cosmetólogos (Anesco).

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