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Samara Felippo diz que filha foi impedida de falar em audiência sobre racismo sofrido em escola: “Calada”

Menina teve caderno rasurado com frase racista; caso é tratado como ‘violação de direitos autorais’

Polícia apura o caso de racismo
Samara Felippo publicou nota de indignação sobre forma que Justiça tem tratado caso de racismo sofrido pela filha (Reprodução/Instagram)

A atriz Samara Felippo, que denunciou um ataque racista contra a filha de 14 anos na escola em que estuda, em São Paulo, em abril passado, usou as redes sociais para lamentar como o caso tem sido tratado pela Justiça. Uma audiência sobre o caso foi marcada, mas ele tramita como “violação de direitos autorais” e a vítima foi proibida de falar durante a sessão. Segundo a atriz, até agora, nem ela e nem a filha foram ouvidas para dar a versão delas dos fatos.

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A decisão sobre a audiência foi divulgada pela 2ª Vara Especial da Infância e Juventude na quarta-feira (12). Apesar de o caso ter sido registrado como racismo na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo, o crime foi tipificado pela Justiça como “violação de direitos autorais”. A medida levou em consideração uma rasura e danos ao caderno da estudante, onde duas colegas de escola escreveram uma frase de cunho racista.

A defesa de Samara disse que ainda não foi informada sobre a data da audiência, mas vai buscar o afastamento do juiz do caso, já que ele descartou ouvir a vítima. A identidade do magistrado em questão ainda é desconhecida.

Em postagem no Instagram, a atriz disse que está preocupada com a forma que o caso tem sido tratado. “Vítima de racismo explícito ocorrido na escola, no dia 22 de abril, minha filha, de 14 anos, foi proibida de manifestar-se no processo que apura a conduta de suas ex-colegas de escola, agressoras que inclusive confessaram a prática de racismo. Onde a escola também reconheceu o ato racista”, dizia o texto.

“Ela poderá participar da audiência, mas calada, sem o direito de apresentar sua versão dos fatos. Uma vez que as agressoras já foram ouvidas e contaram suas versões”, continuou Samara.

“Realmente estou assustada com o andar das coisas. Até o momento, a Justiça não me ouviu, não ouviu minha filha, não ouviu meus advogados”, ressaltou a atriz.

Relembre o caso

A ofensa racista contra a filha da atriz ocorreu na escola de alto padrão Vera Cruz, na Zona Oeste de São Paulo. Após a repercussão negativa do caso, a escola suspendeu as duas alunas do 9º ano temporariamente. Porém, na sequência, ambas foram transferidas para outras instituições por decisões de seus responsáveis.

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Na época, em entrevista ao programa “Encontro”, da TV Globo, Samara explicou o que aconteceu com a filha na escola. “A minha filha teve o caderno roubado e as páginas arrancadas violentamente. Tinha um trabalho extenso de pesquisa que valia nota para ela. E dentro desse mesmo caderno tinha uma frase de cunho racista, grave e criminosa”, contou a atriz.

Ela registrou um boletim de ocorrência sobre ocaso e exigiu que a escola expulsasse as agressoras. Porém, a diretora da Escola Vera Cruz, Regina Scarpa, explicou os motivos de ter optado apenas pela suspensão.

“Eu não acho que a gente errou. A gente foi fiel àquilo que significa a essência do projeto [da escola], que é acreditar nas possibilidades de educação para as relações inter-raciais. Quando a gente tomou essa decisão, foi em função do contexto: o fato de elas [as autoras das ofensas] terem se apresentado imediatamente, a forma como as famílias se comportaram, reagiram”, explicou Regina.

A diretora ressalta que seria muito “mais fácil” optar pela expulsão, mas isso impediria que crianças e adolescentes negras e brancas convivam em harmonia dentro do ambiente escolar. Porém, os pais delas optaram pelas transferências.

Samara Felippo esteve na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que instaurou uma investigação sobre o caso e depois remeteu o caso ao Ministério Público que, por sua vez, repassou à Justiça. O processo segue tramitando em sigilo.

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