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Brigadeirão envenenado: psicóloga mandou áudio para cigana dizendo que empresário estava ‘mortinho’

Júlia Pimenta e Suyane Breschak teriam se encontraram no dia em que vítima foi achado morta

Polícia diz que cigana é a mandante do crime
Cigana Suyane Breschak (à esquerda) e a amiga, a psicóloga Júlia Pimenta; ambas estão presas suspeitas por morte de empresário no RJ (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil ouviu mais duas testemunhas na investigação sobre a morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, no Rio de Janeiro. Elas indicaram que a namorada dele, a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29, e a cigana Suyane Breschak, de 28, ambas presas suspeitas pelo crime, se encontraram duas vezes no dia em que o corpo da vítima foi achado. Antes disso, Júlia mandou um áudio para a comparsa, em tom de gozação, afirmando que o alvo estava “mortinho”.

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Conforme o site G1, essas testemunhas são Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, namorado de Suyany, e Victor Ernesto de Souza Chaffin, que foi preso pela receptação do carro da vítima. Ambos deram informações semelhantes em seus depoimentos, reforçando a hipótese de que as mulheres mataram o empresário com um brigadeirão envenenado.

Segundo os dois rapazes, Júlia e Suyane se encontraram duas vezes na data em que o corpo de Luiz Marcelo foi achado, sendo uma vez em um motel e a segunda em uma pousada.

Leandro destacou em seu depoimento que, antes do crime, Julia e Suyany se encontraram em sua casa, em São Pedro da Aldeia, na região dos Lagos. Na ocasião, as duas teriam ido para a cozinha, onde passaram a moer comprimidos e a colocar o pó em “sacolés”.

Já no dia 20 de maio, a cigana pediu que ele a levasse até o motel Tahiti, onde ela se encontraria com a psicóloga. Antes disso, ele ouviu um áudio enviado pela psicóloga, que dizia para Suyane que Luiz Marcelo estava “mortinho”.

Duas horas depois ele buscou as duas no motel, acompanhado de Victor Chaffin, e todos foram tomar um lanche. Ao fim do encontro, eles deixaram Júlia na pousada Laguna Beach, quando Victor teria ficado com ela no local.

Já Victor destacou que ouviu Suyany dizer a Leandro que “o cara” estaria morto. Victor perguntou de quem estavam falando e Leandro respondeu que era o dono do veículo em que estavam. Mesmo sabendo disso, ele pegou o veículo emprestado. O homem também confirmou que ficou com Júlia na pousada, mas ressaltou que eles dormiram em camas separadas.

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Por enquanto, Leandro consta no inquérito como investigado, já Victor responde pelo crime de receptação de veículo roubado. Júlia e Suyane seguem presas, sendo que, para a polícia, a cigana arquitetou o plano do assassinato, que foi executado pela psicóloga.

As defesas dos suspeitos não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Ela está foragida
Júlia Andrade Cathermol Pimenta, 29, é suspeita de mata o namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44, no RJ (Reprodução/X (Twitter))

Morte do empresário

Luiz Marcelo foi achado sem vida no último dia 20 de maio. Dois dias depois, Júlia prestou depoimento em uma delegacia e deu detalhes sobre como era a convivência dos dois. Reportagem do “Fantástico”, da TV Globo, mostrou trechos da oitiva da mulher, que aparentava estar bem tranquila, chegando até mesmo a sorrir.

Apesar da jovem ter alegado que deixou o apartamento do empresário no dia 20 de maio, quando ele ainda estava bem e chegou a fazer o café da manhã para ela, a polícia diz que nessa data o homem já estava morto.

“Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria se alimentado. Ela teria, inclusive, nós temos isso filmado, ela teria descido para academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, ressaltou o delegado Marcos Buss.

Após prestar depoimento ela foi liberada, mas passou a ser procurada com o andamento das investigações. Após ficar sete dias foragida, ela se entregou. Suyane, que foi a primeira a ser presa, indicou que a amiga tinha uma dívida com ela no valor de R$ 600 mil em função de “trabalhos de amarração”. Dessa forma, a suspeita é que elas cometeram o crime para ficar com os bens da vítima.

Um laudo preliminar sobre as causas da morte de Luiz Marcelo apontou a presença das seguintes substâncias no corpo da vítima: Clonazepam; 7-Aminoclonazepam; cafeía e morfina. Não foi detalhada a quantidade de cada um dos itens no organismo e o relatório final segue em elaboração.

A polícia suspeita que a vítima tenha comido um brigadeirão dado por Júlia, onde teriam sido acrescentados 60 comprimidos triturados de Dimorf, que tem morfina como princípio ativo. Esse medicamento é de uso controlado e só pode ser comprado com a retenção de receita. Por coincidência ou não, Suyane toma o mesmo remédio.

Primo diz que ele era sozinho e reservado
Empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, foi encontrado morto no apartamento que morava, no RJ; namorada dele é suspeita pelo crime (Reprodução/Redes sociais)

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