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Mãe e irmão da ex-sinhazinha Djidja Cardoso serão indiciados por pelo menos 14 crimes, diz polícia

Cleusimar e Ademar Cardoso seguem presos; outras 11 pessoas também deverão ser responsabilizadas no caso

A mãe e o irmão da empresária e ex-sinhazinha do boi-bumbá Garantido Djidja Cardoso, de 32 anos, que foi encontrada morta em Manaus, no Amazonas, seguem presos e devem ser indiciados por pelo menos 14 crimes. Segundo a Polícia Civil, entre eles estão tortura com resultado de morte e tráfico de drogas. Outras 11 pessoas também deverão ser responsabilizadas no caso.

Conforme as investigações, Cleusimar e o filho, Ademar, são suspeitos de obrigar integrantes da seita “Pai, Mãe, Vida” a usarem cetamina, que é um anestésico de uso humano e veterinário, mas que passou a ser usado como alucinógeno e é considerado uma droga ilícita. A polícia suspeita que o uso dessa substância pode ter provocado a morte de Djidja.

Além de Cleusimar e Ademar, também são investigados três funcionários da rede de salões de beleza da família: Claudiele Santos da Silva, Marlisson Vasconcelos Dantas e Verônica da Costa Seixas.

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Também seguem presos o ex-namorado de Djidja e o coach da família Cardoso, Hatus Silveira. Além deles, dois funcionários da clínica veterinária suspeita de fornecer cetamina à família também foram detidos. Já o dono da clínica se entregou após ter a prisão decretada pela Justiça.

Djidja também era investigada por envolvimento em um esquema de compra, distribuição e aplicação da substância cetamina. Porém, no último dia 28 de maio, foi encontrada morta em casa.

A ex-sinhazinha apareceu em um vídeo, gravado por Bruno Lima, ex-namorado dela, segurando uma seringa e um vidro de cetamina horas antes de morrer. Um laudo preliminar apontou que a mulher sofreu um edema cerebral, que afetou o funcionamento dos pulmões e coração. A suspeita é que uma overdose da substância tenha agravado o quadro de saúde, mas essas análises ainda estão em andamento.

O resultado final da necropsia e exames toxicológicos de Djidja devem ficar prontos até o fim deste mês. Porém, segundo relato de familiares, a ex-sinhazinha estava viciada na droga há cerca de um ano. Ao perceberem a situação eles queriam buscar um tratamento que a ajudasse, mas a mãe e o irmão dela não permitiram. Com o passar dos meses, a ex-sinhazinha foi ficando cada vez mais debilitada.

“Ela ficou muito dependente. Então ela não vivia mais sem. Ela estava usando fralda, não conseguia mais se levantar, as pernas inchadas. A Djidja não queria que as pessoas vissem ela daquele jeito. Ela já estava com vergonha da aparência dela, mas para eles [mãe e irmão] era normal”, disse a prima, que pediu anonimato, em entrevista ao site G1.

Rituais em seita

Após se aposentar da função de sinhazinha, Djidja fundou um salão de beleza, chamado Belle Femme, com a mãe e o irmão. Segundo a polícia, a suspeita é que eles usassem o estabelecimento para o comércio dos entorpecentes.

Conforme a investigação, a família era responsável pela seita, que promovia o uso e comercialização da cetamina, em Manaus. O grupo também fazia aplicação forçada da substância em integrantes e obrigavam os funcionários do Belle Femme a participar da doutrina.

A polícia destacou que as investigações indicam que algumas vítimas do grupo foram submetidas a violência sexual e aborto.

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