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Caso Henry Borel: filho advogado de Jairinho afirma que acredita na inocência dele: “Meu pai é vítima”

Ex-vereador irá a julgamento pela morte do enteado; defensor afirma que criança faleceu após erro médico

Filho advogado de Jairinho, que realiza sua defesa, afirma que pai é inocente e Henry Borel morreu vítima de erro médico Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

O advogado Fernando Abidu Figueiredo Santos, de 27 anos, que faz a defesa de ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, que vai a julgamento pela morte do enteado, o menino Henry Borel, de 4 anos, afirma que acredita plenamente na inocência de seu cliente. Ele tem um motivo a mais para se dedicar exclusivamente a esse caso: é filho do réu.

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Em entrevista à coluna “True Crime”, do jornal “O Globo”, Fernando ressaltou que seu pai é vítima de falhas da investigação e assegura que o menino morreu após um erro médico. “Eu já perguntei a ele olhando nos olhos: ‘Pai, você teve alguma participação na morte desse menino?’ Chorando, ele disse que não e eu acreditei”, disse o advogado.

Fernando, que se formou em Direito em 2022, estava no penúltimo ano da faculdade quando seu pai foi acusado de homicídio. Depois que pegou o diploma, ele passou a se dedicar a fazer a defesa de Jairinho. Ele argumenta que tanto seu pai, quanto a mãe do menino, Monique Medeiros, não são os responsáveis pela morte.

“Henry foi vítima de erro médico. O ideal seria que as defesas de Monique e do meu pai fossem unificadas e os dois acusassem o hospital. Assim, teriam mais chances de serem inocentados”, disse o defensor.

Para o advogado, a investigação do caso não foi devidamente conduzida pelas autoridades. “Há questões nebulosas no processo. Meu pai é vítima da corrupção existente na Polícia Civil do Rio. A investigação do caso não é confiável. Há ocultação de provas e manipulação de depoimentos no inquérito. Hoje, eu diria que o Estado não está preparado para investigar um caso como esse”, argumenta.

Fernando ressaltou mais uma vez que não houve homicídio na morte de Henry e garante que Jairinho jamais faria mal ao garoto. “Quem conhece meu pai sabe que ele seria incapaz de fazer mal a uma criança. Hoje em dia, as pessoas agem por maldade, pela satisfação pessoal ou em busca de sucesso profissional”, destacou ele.

O advogado revelou, ainda, que o ex-vereador segue muito abatido no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó, no Rio de Janeiro, onde está há três anos aguardando o julgamento.

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“Meu pai está muito abatido. Ele chora diariamente. Divide a cela com quatro presos. Está magro, acabado. Reclama do ócio, apesar de trabalhar na biblioteca do presídio catalogando os livros que os presos pegam emprestado para ler. Passo lá antes de ir ao escritório para dar uma força”, conta.

A previsão é que o julgamento da morte de Henry Borel ocorra em setembro deste ano. Jairinho é réu por homicídio triplamente qualificado com emprego de tortura, motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.

Já a mãe do menino, que também responde pelo caso, será julgada por homicídio e omissão. Enquanto aguarda o julgamento, ela segue em liberdade.

Ele segue preso e ela em liberdade
Ex-vereador Dr. Jairinho e Monique Medeiros são réus pela morte do menino Henry Borel, filho dela (Reprodução)

Relembre o caso

Na madrugada do dia 8 de março de 2021, o garoto Henry Borel deu entrada em um  hospital na Zona Oeste do Rio de Janeiro inconsciente e foi considerado morto momentos depois.

Na ocasião, ele estava no apartamento em que sua mãe morava na companhia de seu padrasto, o ex-vereador Dr. Jairinho. Segundo o casal, o menino teria caído da cama, que gerou hemorragia e as lesões que levaram à sua morte.

Após uma intensa investigação e a análise realizada pelos médicos, ficou comprovado que a causa da morte de Henry foi hemorragia interna com laceração hepática no fígado em decorrência de uma ação empregada por força violenta.

Monique e Jairinho foram presos logo depois. Em depoimento, o ex-vereador negou o crime. A mulher chegou a alegar que vivia um relacionamento abusivo e que não tinha ciência de que o filho era agredido pelo padrasto. No entanto, mensagens enviadas à ela pela babá do garoto mostraram que ela sabia sim que o homem costumava agredir a vítima.

O homem permaneceu preso e teve o mandato político cassado. Já a mãe responde em liberdade.

Mãe e padrasto são réus no caso
Henry Borel, de 4 anos, foi morto no dia 8 de março de 2021 (Reprodução/Redes sociais)

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