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Justiça determina que Cristian Cravinhos faça exame criminológico antes de avaliar regime aberto

Dos três condenados no caso Richthofen, ele é o único que segue cumprindo pena no semiaberto

Ele foi condenado pela morte do casal Richthofen
Justiça determina que Cristian Cravinhos passe por exame criminológico; ele busca progressão para o regime aberto (Reprodução/Redes sociais)

A Justiça determinou que Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal von Richthofen, passe por um exame criminológico antes de decidir sobre a progressão de pena para o regime aberto. Atualmente, ele é o único dos três condenados no caso a continuar cumprindo o semiaberto na P2 de Tremembé, no interior de São Paulo.

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Na decisão, divulgada na última sexta-feira (21), a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Taubaté, destacou que o exame criminológico deverá analisar se Cristian se arrependeu do crime cometido, qual a sua personalidade e se há a possibilidade de que volte a cometer crimes.

Essa análise será feita por uma comissão, formada por um psiquiatra, um psicólogo, um assistente social e dois membros do próprio sistema penitenciário, em um prazo de até 40 dias.

A defesa de Cristian entrou com o pedido de progressão de pena para o regime aberto no último dia 14 de maio, alegando que o preso tem bom comportamento, trabalha na cadeia e sempre voltou das saidinhas temporárias que recebeu, além de já ter cumprido metade de sua pena total.

“O reeducando já cumpriu o tempo suficiente de sua reprimenda em regime semiaberto, o qual, com grande perspicácia lhe serviu como instrumento de reparação de seu caráter, de sua moral, corrigindo sua personalidade e, consequentemente, afastando o desejo de delinquir, e a progressão ao regime mais brando é que se impõe”, alegou a advogada Maieli Luana Rodrigues em seu pedido.

Porém, o promotor Alexandre Mourão Mafetano, da 12ª Promotoria de Justiça de Taubaté, afirma que o atestado de boa conduta carcerária não se mostra o suficiente para comprovar que o sentenciado possa progredir de regime e voltar a conviver em sociedade. Assim, no dia 15 de maio, o Ministério Público de São Paulo protocolou o pedido para que ele passe pelo exame criminológico.

“Como o caso em questão necessita de uma análise mais rigorosa devido à gravidade do cometido, a questão deve ser precedida da realização de exame criminológico, na forma do artigo 196, § 2º, da Lei de Execução Penal, de sorte a melhor se traçar o perfil psicológico do preso e se averiguar possível melhora íntima”, destacou o promotor.

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Essa solicitação do MP foi acatada pela Justiça e o detento deverá passar pela análise antes da decisão sobre a progressão ao regime aberto.

Regressão de pena

Cristian chegou a deixar a prisão em 2017 para cumprir o regime aberto, mas envolveu-se em uma briga com a então namorada, que o acusou de agressão. Apesar de ela não ter registrado queixa, quando a polícia chegou ele estava fora de sua cidade domicílio e em um bar, descumprindo as regras.

Assim, Cristian foi detido tentou subornar os policiais, oferecendo R$ 1 mil em espécie, o que gerou um flagrante e o retorno ao regime fechado. O detento ainda foi flagrado com dinheiro e munição de 9 mm, que é de uso restrito das forças policiais.

Crime ocorreu há mais de 20 anos
Suzane Richthofen e os irmãos Cravinhos: condenados pela morte do casal Richthofen (Reprodução/Redes sociais)

Morte do casal von Richthofen

Segundo a Justiça, Suzane Richthofen, que agora mudou de nome, planejou a morte dos próprios pais e teve a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos, para a execução do plano. O crime ocorreu no dia 31 de outubro de 2022.

Logo depois do início das investigações, Suzane foi presa. Em 2006, ela foi julgada e condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado. No entanto, entrou com vários pedidos de revisão e conseguiu reduzir o tempo para 34 anos e 4 meses de prisão. A previsão é que ela, que está em regime aberto desde o início deste ano, cumpra a sentença no dia 25 de fevereiro de 2038.

Depois que saiu da prisão, Suzane passou a morar em Angatuba, também no interior de São Paulo. Além de cursar biomedicina em uma faculdade particular, ela também prestou o concurso público da Câmara Municipal de Avaré, visando uma vaga como telefonista.

Além disso, abriu um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Angatuba para seu ateliê de costura. Agora, vive com o namorado, o Médico Felipe Zecchini Muniz, em um condomínio em Bragança Paulista e se tornou mãe.

Ela deu à luz o primeiro filho no último dia 26 de janeiro, em um hospital de Atibaia, também no interior paulista, onde o médico trabalha. Para evitar o assedio, foi montada uma verdadeira “operação de guerra” na unidade de saúde, com ameaça de demissão aos funcionários que vazassem a informação sobre o parto. Neste ano, ela voltou a cursar Direito.

Atualmente, Daniel Cravinhos cumpre pena no regime aberto. Ele vive com a maquiadora Andressa Rodrigues, que está grávida. Em uma carta aberta, o ex-detento pediu perdão à Andreas Richthofen, irmão de Suzane, e afirmou que a “culpa continua a perturbar”. Ele ressaltou que quer se reaproximar do ex-cunhado, que vive isolado.

Já Cristian, que também foi condenado pela morte do casal Richthofen, segue em regime semiaberto, mas agora está em busca da liberdade.

Suzane ao lado do irmão, Andreas, e dos pais: Marísia e Manfred

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