A Polícia Civil prendeu Eliane Lopes de Amorim, de 30 anos, que é ré pelo sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca, em uma “central de golpes” que funcionava em uma casa de um condomínio de luxo, em Igaratá, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo. Segundo as investigações, a partir do local, os criminosos aplicavam fraudes contra clientes de bancos.
A operação foi deflagrada na última sexta-feira (21) pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que foi até o Condomínio Paraíso de Igaratá após o recebimento de denúncias. Os vizinhos estranharam a movimentação de pessoas na casa, que constantemente entravam e saíam do local com notebooks, fones de ouvido e outros equipamentos eletrônicos.
Assim, os policiais fizeram campana nas imediações e, quando um dos suspeitos abriu o portão, eles fizeram a abordagem. Seis deles permaneceram no local, mas outros pularam o muro e conseguiram fugir. Os agentes fizeram rondas e encontraram alguns feridos, sendo que entre eles estava Eliane. Ela sofreu fratura em duas costelas e precisou de atendimento médico.
Depois, todos foram para a delegacia. Eliane, que foi presa pelo sequestro do ex-jogador e, em janeiro deste ano, teve a prisão domiciliar concedida pela Justiça por ser mãe solo de crianças com menos de 12 anos, voltou a ter a reclusão decretada. Ela passou por audiência de custódia, onde a nova prisão em flagrante foi convertida em preventiva, ou seja, sem prazo determinado.
Na “central de golpes”, os policiais apreenderam 12 notebooks, 18 celulares, cinco fones de ouvido e três veículos. Os investigadores encontraram nos equipamentos planilhas com nomes marcados em vermelho, sendo que apenas um estava verde.
Os agentes entraram em contato com essa vítima em destaque, que é uma juíza de 76 anos, do estado do Rio de Janeiro. A mulher informou que os golpistas transferiram quase R$ 50 mil de sua conta.
O caso foi registrado como furto, associação criminosa, desobediência e apreensão de objeto e segue em investigação na Deic.
Sequestro de Marcelinho Carioca
Marcelinho desapareceu no dia 17 de dezembro do ano passado, quando saiu do Itaquerão após o show do cantor Thiaguinho. No dia seguinte, a Polícia Militar encontrou o carro dele abandonado em Itaquaquecetuba, que fica na Região Metropolitana da Capital.
O caso passou a ser apurado e a Delegacia Antissequestro (DAS) foi acionada para ajudar nas investigações. Nesse meio tempo, o ex-jogador apareceu em um vídeo, ao lado da amiga Taís Alcântara de Oliveira, no qual disse que tinha se envolvido com uma mulher casada. Ela também confirmou a versão dele na gravação.
Porém, horas depois, Marcelinho e a mulher foram encontrados onde eram mantidos reféns. Na delegacia, ele disse que os sequestradores queriam dinheiro. “Eles pediram a senha do meu telefone. E aí você pensa nos seus filhos, na sua família”, disse ele. “Não é fácil você ter um revólver apontado para você a todo momento”, acrescentou.
Os criminosos acabaram presos e sete deles viraram réus no caso, incluindo Eliane. O julgamento deles está previsto para o próximo dia 2 de agosto.