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Juiz muda de ideia e deve ouvir filha de Samara Felippo em audiência sobre racismo em escola

Atriz reclamou que vítima seria impedida de falar; caso é tratado como ‘violação de direitos autorais’

Atriz quer a expulsão de agressoras
Juiz volta atrás e deve ouvir filha de Samara Felippo em audiência virtual; garota foi vítima de racismo em escola de alto padrão (Reprodução/Instagram)

O juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude de São Paulo, responsável pelo caso de racismo sofrido pela filha da atriz Samara Felippo, em uma escola de alto padrão, voltou atrás em uma decisão e deve ouvir a garota em uma audiência virtual. O magistrado, que não teve o nome revelado, tinha determinado que a vítima acompanhasse a sessão apenas como “ouvinte”. A artista reclamou de como o caso está sendo tratado pela Justiça, já que as agressoras em questão foram ouvidas e a vítima seria “calada”.

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A audiência virtual sobre o caso está prevista para esta terça-feira (25). Apesar de o caso ter sido registrado como racismo na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo, o crime foi tipificado pela Justiça como “violação de direitos autorais”.

Ao saber que a filha não seria ouvida durante a sessão, Samara reclamou em postagem nas redes sociais. “Vítima de racismo explícito ocorrido na escola, no dia 22 de abril, minha filha, de 14 anos, foi proibida de manifestar-se no processo que apura a conduta de suas ex-colegas de escola, agressoras que inclusive confessaram a prática de racismo. Onde a escola também reconheceu o ato racista”, dizia o texto.

“Ela poderá participar da audiência, mas calada, sem o direito de apresentar sua versão dos fatos. Uma vez que as agressoras já foram ouvidas e contaram suas versões”, continuou Samara. “Realmente estou assustada com o andar das coisas. Até o momento, a Justiça não me ouviu, não ouviu minha filha, não ouviu meus advogados”, ressaltou a atriz.

No entanto, o magistrado voltou atrás e agora deve ouvir a filha da atriz. O processo segue tramitando em sigilo, pois envolve menores.

Relembre o caso

A ofensa racista contra a filha da atriz ocorreu na escola de alto padrão Vera Cruz, na Zona Oeste de São Paulo. Após a repercussão negativa do caso, a escola suspendeu as duas alunas do 9º ano temporariamente. Porém, na sequência, ambas foram transferidas para outras instituições por decisões de seus responsáveis.

Na época, em entrevista ao programa “Encontro”, da TV Globo, Samara explicou o que aconteceu com a filha na escola. “A minha filha teve o caderno roubado e as páginas arrancadas violentamente. Tinha um trabalho extenso de pesquisa que valia nota para ela. E dentro desse mesmo caderno tinha uma frase de cunho racista, grave e criminosa”, contou a atriz.

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Ela registrou um boletim de ocorrência sobre ocaso e exigiu que a escola expulsasse as agressoras. Porém, a diretora da Escola Vera Cruz, Regina Scarpa, explicou os motivos de ter optado apenas pela suspensão.

“Eu não acho que a gente errou. A gente foi fiel àquilo que significa a essência do projeto [da escola], que é acreditar nas possibilidades de educação para as relações inter-raciais. Quando a gente tomou essa decisão, foi em função do contexto: o fato de elas [as autoras das ofensas] terem se apresentado imediatamente, a forma como as famílias se comportaram, reagiram”, explicou Regina.

A diretora ressalta que seria muito “mais fácil” optar pela expulsão, mas isso impediria que crianças e adolescentes negras e brancas convivam em harmonia dentro do ambiente escolar. Porém, os pais delas optaram pelas transferências.

Samara Felippo esteve na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que instaurou uma investigação sobre o caso e depois remeteu o caso ao Ministério Público que, por sua vez, repassou à Justiça.

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