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Perícia comprova que bala disparada por PM matou mulher sentada em banco de praça, no litoral de SP

Edneia Fernandes Silva, de 31 anos, foi baleada na cabeça durante um confronto entre PMs e suspeitos, em março passado

Um laudo expedido pela Polícia Técnico-Científica comprovou que o tiro que matou Edneia Fernandes Silva, de 31 anos, enquanto estava sentada no banco de uma praça, em Santos, no litoral de São Paulo, foi disparado pela Polícia Militar. A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) destacou que a vítima foi ferida durante um confronto entre agentes e suspeitos, mas a mulher não tinha nenhuma ligação com o caso.

Edneia foi atingida por um tiro na cabeça e morreu no último dia 28 de março. De acordo com a SSP-SP, agentes da Rocam faziam um patrulhamento pela Avenida Hugo Maia, sentido Jovino de Melo, quando avistaram uma motocicleta em alta velocidade. Eles deram ordem de parada, mas o condutor não obedeceu e fugiu. Momentos depois, ele voltou e um homem que estava na garupa teria efetuado ao menos cinco disparos contra os policiais.

Ainda conforme a pasta, um dos PMs reagiu e atirou contra os suspeitos, que abandonaram a moto e fugiram a pé. Assim, os policiais foram até a Rua Washington de Almeida e acessaram a Praça José Lamacchia, no bairro Bom Retiro, pelo lado oposto. Lá, Edneia estava sentada em um banco e acabou atingida por um tiro.

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Testemunhas socorreram a vítima e a levaram até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste. Em seguida, ela foi transferida à Santa Casa de Santos, mas não resistiu ao ferimento e morreu.

Apesar da versão da SSP-SP, os familiares de Edineia afirmam que apenas os PMs estavam atirando no local. Ainda segundo os parentes, a mulher havia acabado de deixar um dos seus seis filhos em uma barbearia, quando sentou no banco da praça e foi baleada.

Agora, com a comprovação de que o tiro foi disparado por um PM, um Inquérito Policial Militar (IPM) será encaminhado à Justiça Militar, que dará continuidade ao processo. O agente que atirou foi identificado e transferido para outro batalhão, também no litoral de São Paulo.

Por enquanto, o chefe da Comunicação Social da Polícia Militar, o Coronel Emerson Massera, disse em entrevista coletiva que o policial segue afastado das funções.

“Estamos classificando essa ocorrência como homicídio culposo. Nós já tínhamos a materialidade do homicídio, e agora nós temos o acréscimo da autoria. Sabemos quem foi o autor responsável. O policial evidentemente não queria esse resultado. Aliás, ele vem sofrendo bastante com as consequências dessa ocorrência”, disse Massera.

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