A Polícia Civil prendeu o manobrista Sérgio Salomão Bernardes, de 48 anos, suspeito de atacar e matar o idoso Júlio César da Silva, de 60, no meio de um cruzamento, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Os dois eram vizinhos em um condomínio e, segundo a família da vítima, ela era constantemente ameaçada pelo homem. Outros moradores do local fizeram denúncias e pediram a expulsão do detido.
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O ataque aconteceu na última terça-feira (25), no cruzamento das ruas Barão do Amazonas e Mariana Junqueira, no Centro da cidade. Segundo o boletim de ocorrência, os dois homens caminhavam pela rua, quando começaram a discutir. O manobrista teria dado um soco contra o rosto do idoso, que caiu e bateu a cabeça com força no chão. Em seguida, Sérgio ainda teria pisoteado o tórax da vítima.
Uma equipe da Guarda Civil Metropolitana (GCM) passava pelo local e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Quando os socorristas chegaram, perceberam que Júlio César estava em parada cardiorrespiratória. Eles fizeram os devidos procedimentos de reanimação e o levaram para a Santa Casa de Ribeirão Preto, onde teve a morte confirmada na última quarta-feira (26).
O manobrista foi preso em flagrante e, na delegacia, disse que agiu em legítima defesa. O homem afirma que os dois conversavam a respeito de reclamações de moradores do condomínio, que dias antes registrou um pedido para que Sérgio fosse expulso em função de perturbação e atritos com vizinhos. Assim, o idoso teria partido para cima dele, que se defendeu e acabou dando o soco.
Apesar da alegação, o manobrista foi indiciado pelo homicídio e, em audiência de custódia, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. A defesa dele não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
Problemas com vizinhos e ameaças
Parentes de Júlio César contaram, em entrevista ao site G1, que ele era importunado e ameaçado pelo manobrista há algum tempo. Para eles, o idoso foi atraído em uma emboscada para ser morto.
“O cara foi muito cruel, maldoso. Chamou o Júlio César para conversar, saíram. Na hora em que ele virou a grade, já chutou, Júlio César caiu no chão, começou a chutar barriga, costas, rosto, cabeça. Por fim, ele pisou na cabeça do menino”, lamentou um dos irmãos da vítima, Marco Antônio da Silva.
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Já o síndico do condomínio, Vitor Luís Lobo da Silva, contou que o manobrista importunava vários vizinhos com barulhos constantes em sua casa e, no último dia 17 de junho, quase foi linchado por um grupo revoltado com as atitudes dele. Na ocasião, a Polícia Militar foi acionada e controlou os ânimos.
Ele destacou que foi realizada uma assembleia e que o condomínio contratou um advogado para protocolar uma ação pedindo a expulsão de Sérgio. Esse pedido foi feito à Justiça, mas ainda não houve resposta.
“O comportamento antissocial do requerido tornou a convivência com os moradores insuportável, e há um risco iminente de uma tragédia grave e irreparável, seja contra o próprio requerido, algum morador ou funcionário”, consta na petição.