Murilo Lopes Santos, de 26 anos, morreu em Zaporizhzhia, durante a Guerra da Ucrânia. O jovem soldado brasileiro estava no país desde novembro de 2022. Sua morte foi confirmada na última sexta-feira (5).
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Murilo era natural de Castro, em Campos Gerais, no Paraná, e se alistou voluntariamente. Ele chegou na Ucrânia em 3 de novembro de 2022.
Segundo Rosângela Pavin Santos, mãe do rapaz, Santos sentiu a vontade de lutar ao lado da Ucrânia contra a invasão russa.
“Ele falava: ‘É muito covarde o que fizeram com a Ucrânia e eu quero defender’. E aquilo ficou na cabeça, no coração dele. Era o ideal que ele tinha”, relatou a mãe em entrevista ao G1.
O jovem foi o segundo paranaense morto durante o combate, que começou em fevereiro de 2022 após a Rússia invadir a Ucrânia com ataques aéreos, terrestres e marítimos. Em agosto de 2023 um homem de Curitiba, Paraná, também foi vítima do confronto.
Carreira Militar
A mãe conta que foi contra a decisão do filho, que queria seguir carreira militar no Brasil. Segundo ela, o filho chegou a servir o Exército no munícipio de Castro por um ano e meio e saiu após a instituição dispensá-lo após o tempo de serviço militar.
“Desde que ele saiu, ele nunca se desligou completamente. Ele fazia cursos online, aprendeu a língua, ele falava várias línguas. Ele fez o itinerário, comprou as passagens, foi sozinho, organizou tudo”, contou Rosângela.
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Em conversa com a mãe, o jovem dizia que não queria mais morar no Brasil. O contato entre eles era através de um aplicativo de mensagens, e foi ficando mais escasso com o passar do tempo. Ela também cometa que o filho era reservado e de poucas palavras.
“Quando ele foi, mais no início, ele ligava até chamada de vídeo. Mas ultimamente estava bem mais complicado, era só mensagem sem áudio. Fazia uns dois meses e pouco que eu não ouvia a voz dele”.
Morte foi informada por rede social
A última vez que o filho entrou em contato foi em 2 de julho, antes de começar em uma nova missão.
A notícia da morte foi dada para o pai de Murilo por um colega de combate via rede social, na sexta-feira, por volta de 11h.
“Ele falou que eles estavam sendo invadidos lá, que estavam sem luz. Disse que está bem complicado lá e que ia perder o contato […] Ele disse que não poderia me dar muita esperança”, relatou.
Não houve contato da Ucrânia ou de embaixadas, de acordo com a mãe da vítima. A família possui apenas o contato de outro brasileiro do Rio Grande do Sul que também participa do conflito.
Agora o objetivo da família é trazer o corpo do rapaz para o Brasil, contudo eles não sabem com quem entrar em contato.
“O que está sendo bem difícil é essa espera, porque a gente não sabe quanto tempo vai levar, quantos dias… Então, a gente fica de mãos atadas, sem poder fazer nada. Tô me sentindo muito impotente, a gente está bem perdido”, lamenta a mãe.