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Além de ossada, polícia achou em fazenda pertences e documentos de jovem morta; marido segue preso

Dayara da Cruz, 21, estava desaparecida desde março passado; companheiro foi quem denunciou sumiço

Ossada foi achada enterrada em fazenda
Polícia diz que Dayara Talissa Fernandes da Cruz, 21, foi morta e enterrada em fazenda pelo companheiro, Paulo Bianchini, de 34, que está preso (Reprodução/Arquivo pessoal/Redes Sociais)

A Polícia Civil desvendou o mistério do desaparecimento da jovem Dayara Talissa Fernandes da Cruz, de 21 anos, que sumiu em março passado, em Orizona, em Goiás. O marido dela, Paulo Antônio Eruelinton Bianchini, de 34, foi quem denunciou o caso às autoridades, mas acabou preso como principal suspeito. No início deste mês, policiais encontraram uma ossada, além de pertences e documentos da vítima, em uma fazenda da cidade. A perícia comprovou que os restos mortais são da jovem.

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O desaparecimento de Dayara foi registrado na delegacia pelo próprio companheiro dela, no dia 25 de março deste ano. Na ocasião, Bianchini disse que a levou na rodoviária de Orizona, no dia 10 daquele mês, e que ela não tinha chegado ao destino e não tinha mais sido vista.

No entanto, foram encontradas contradições no depoimento do companheiro da vítima, que levaram ao questionamento sobre um possível crime de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.

As investigações indicaram que Dayara esteve com o marido em uma fazenda, entre o final de fevereiro e o dia 10 de março, assim, foram realizadas buscas no local. Lá, no último dia 6 de julho, uma ossada foi achada enterrada a cinco metros de profundidade. Foi feita uma comparação com material genético dos pais da jovem, que comprovou que os restos mortais eram dela. O laudo foi concluído na última terça-feira (16).

Curiosamente, Bianchini é proprietário de uma empresa que trabalha com tratores e retroescavadeiras, realizando serviços de terraplanagem na região. Segundo a polícia, isso facilitou que ele conseguisse ocultar o cadáver da mulher.

Dayara Talissa desapareceu em 10 de março.
Dayara Talissa desapareceu em março passado e agora teve a confirmação de morte após ossada ser achada em fazenda (Divulgação/Delegacia de Orizona)

Prisão do suspeito

A prisão do marido foi decretada pela Justiça e, no último dia 24 de junho, a polícia tentou cumprir o mandado, mas os agentes não o localizaram no endereço de residência. Desta forma, deu-se início a uma busca em quatro cidades do interior de Goiás. Somente no dia 1º de julho foi que o suspeito se entregou.

Ao site G1, a defesa de Bianchini destacou que ele colabora com as investigações, mas que vai contestar as incoerências do inquérito policial, “as quais são baseadas em indícios apenas em razão do vínculo afetivo entre Paulo e a vítima. O objetivo é comprovar em juízo a negativa de autoria do acusado.”

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Agora, com a confirmação da morte de Dayara, o homem deverá ser indiciado por homicídio qualificado por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Ele permanece preso.

Mudanças de versões

Uma irmã de Dayara contou que, logo que a jovem sumiu, Bianchini contou aos familiares que a tinha deixado na rodoviária. Porém, na sequência, apontou outros locais onde ela teria ficado. Pressionado, ele chegou a bloquear as ligações dela e da mãe da vítima.

O relacionamento do casal era conturbado, ainda conforme a irmã, e o marido era muito violento. Ele tinha muito ciúmes e, por conta disse, Dayara tinha se separado dele no fim do ano passado. Mas, após insistência do homem, eles reataram no início deste ano.

“Ele era possessivo, ciumento e estressado. Eles viviam brigando, ela vivia cheia de hematomas pelo corpo”, lamentou a irmã.

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