As repercussões deixadas pelos cânticos racistas dos jogadores da seleção argentina contra a França, depois de vencer a recente Copa América 2024, chegaram nesta quarta-feira ao governo da Argentina, que por meio de seu subsecretário de Esportes, Julio Garro, exigiu que o capitão de sua equipe, Lionel Messi, e o presidente da AFA, Claudio Tapia, pedissem desculpas à nação europeia.
Os polêmicos cantos da seleção alvi-celeste publicados nas redes sociais pelo jogador argentino do Chelsea, Enzo Fernández, não apenas causaram irritação e indignação entre seus próprios colegas franceses no clube inglês - que pararam de segui-lo no Instagram - e a própria equipe da Premier League, mas também motivaram o governo de Javier Milei a pedir que seus jogadores reconhecessem seu erro e pedissem desculpas públicas aos colegas franceses.
Críticas do governo ao racismo da sua seleção
“Acredito que o capitão da Seleção (Messi) deve pedir desculpas. O mesmo vale para o presidente da AFA (Tapia). É algo que nos deixa em má situação como país, com tanta glória (...) poder elevar algo exemplar a esse nível, acredito que também é muito bom”, disse o subsecretário Garro em entrevista ao programa de rádio ‘De acá en más’, da FM 104.3.
Nessa conversa, a autoridade pública enfatizou o mau exemplo que os jogadores de futebol profissionais oferecem ao público com seus comentários racistas. "Isso acontece na vida social, nas escolas, nos clubes, mas no futebol de alto nível ainda não se chegou ao ponto de pedir desculpas", disse.
"Que a sociedade possa ver que o futebol também pede desculpas", acrescentou o subsecretário, que horas mais tarde tentou amenizar suas críticas aos jogadores argentinos depois da ampla repercussão de suas palavras no país e no exterior.
Medidas disciplinares
De qualquer forma, a publicação de Fernández nas redes sociais não passou despercebida em sua equipe atual, o Chelsea, que, por meio de um comunicado oficial, informou que "o clube iniciou um procedimento disciplinar interno" com o jogador.
“Chelsea considera completamente inaceitáveis todas las formas de discriminação. Estamos orgulhosos de ser um clube diverso, onde pessoas de todas as culturas, comunidades e identidades se sintam bem-vindas”, afirmaram, ao mesmo tempo em que valorizaram o pedido de desculpas feito pelo próprio meio-campista esta semana em suas plataformas digitais.
“Reconhecemos e apreciamos o pedido de desculpas público do nosso jogador e vamos encarar isso como uma oportunidade para educar”, concluíram.