Um vigia que atua na Rua Prudente Correia, no Jardim Europa, na Zona Oeste de São Paulo, afirma que viu quando um pedreiro entrou e saiu da casa do empresário Carlos Alberto Felice, de 77 anos, que foi achado morto com sinais de violência e teria tido R$ 3,5 milhões em dinheiro roubado. O vigilante disse que a vítima não tinha funcionários fixos, mas chamou o profissional para alguns reparos. A polícia busca identificar o prestador de serviços para esclarecimentos.
“Quando ele precisava, ia nas obras do entorno e chamava alguém para prestar serviço. Na quinta-feira [10], veio uma pessoa prestar o serviço de pedreiro. Na sexta-feira [11], essa pessoa também estava aí. Só não sei confirmar o horário que ela saiu. Na quinta-feira à noite, ele [Carlos] chegou de carro. Já da sexta-feira para frente, ele não foi mais visto. O carro dele estava em casa. Provavelmente, quem cometeu esse crime levou o carro também”, afirmou o vigia, que não quer ser identificado, em entrevista à “CBN”.
A polícia já obteve imagens de câmeras de segurança, que mostram o pedreiro entrando e saindo da casa em uma motocicleta. Ele não é considerado suspeito pelo crime, mas é procurado para dar informações que possam ajudar a elucidar o caso.
Segundo a investigação, Carlos foi assassinado a pauladas e ainda teve os pés e as mãos amarrados com fios elétricos. Um sobrinho disse que ele guardava R$ 3,5 milhões em espécie na residência, sendo que o dinheiro e um carro não foram localizados. Foi o rapaz quem esteve na casa, na noite de terça-feira (16), e localizou o corpo.
Carlos era viúvo há 3 anos e não tinha filhos. Segundo a polícia o empresário estava lidando com dívidas e possuía um carro da marca Hyundai, que está desaparecido. O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) investiga o caso como latrocínio, que é o roubo seguido de morte.
Apesar da informação sobre o roubo dos R$ 3,5 milhões em espécie, a polícia ainda apura se o idoso realmente guardava esse dinheiro em casa, que seria fruto da venda de um imóvel, e se ele teria usado a quantia para quitar os débitos acumulados.
“A casa foi todinha revirada, só que os policiais não conseguem ainda determinar o que ele tinha dentro da casa, por isso o sobrinho, quem mais tinha contato com a vítima, para ele tentar explicar para a gente o que possivelmente foi levado”, explicou o delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Deic, em entrevista ao “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes.
Conforme o investigador, a suspeita é que o empresário tenha sido morto no último dia 12 de julho, que foi a data que ele foi visto com vida pela última vez.
Como o corpo foi achado?
O sobrinho da vítima revelou que um amigo do empresário disse à sua mãe que o homem não estava frequentando a igreja na semana anterior ao crime, o que fez tentar entrar em contato com ele.
Quando não teve retorno, ele foi até a casa do tio na Rua Prudente Correia. Ele conta que ainda foi abordado por um suposto amigo do tio que disse a ele que o homem teria vendido a casa e estava com “um bom dinheiro lá dentro”.
Na casa, ele encontrou o corpo do tio na garagem e não havia sinais de arrombamento. A polícia foi acionada e localizou um pedaço de madeira, com marcas de sangue, nas proximidades da vítima. Pelas lesões, a suspeita é de que Carlos possa ter sido torturado pelos criminosos.
“Ele era uma pessoa que vivia com bastante simplicidade, não tinha nem empregados para ajudar nos seus afazeres diários. As investigações estão começando, mas pelo jeito que aconteceu a polícia vai chegar logo nos autores”, ressaltou o delegado.