O apagão cibernético que atingiu diversos sistemas de comunicação a nível global teve efeito direto em diversos aeroportos pelo mundo. No Brasil, foram registrados atrasos nos voos da Azul Linhas Aéreas, que partem de Viracopos, Campinas, causados por problemas para a realização do check-in.
Os impactos do apagão foram variados, mas grande parte dos aeroportos afetados passaram a registrar problemas de atrasos e dificuldade no embarque dos passageiros, com alguns cartões de embarque chegando a serem emitidos de forma manual. Conforme o Metrópoles, além de toda confusão a situação deixa os passageiros se questionando sobre a segurança de voar em uma situação como essa.
Em entrevista ao portal de notícias, o especialista James Waterhouse, professor e pesquisador do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP), explicou que a pane em questão se limitou ao sistema da interface comercial dos aeroportos, afetando somente questões referentes aos dados dos passageiros, bagagens e assentos.
Maior vulnerabilidade e impacto imediato
Segundo Waterhouse, a interface comercial do sistema de aviação é mais “exposta e vulnerável” a sofrer impactos causados por esse tipo de situação. Isso ocorre uma vez que ela é conectada a outros sistemas. Apesar dessas vulnerabilidades, ela não está associada com a interface técnica da aviação, que é responsável pelo controle de tráfego aéreo e pela segurança dos voos.
Esse sistema técnico, segundo o especialista, é mais robusto no quesito segurança e “possui uma blindagem maior contra panes, possíveis invasões, ataques ou apagões cibernéticos”.
Desta forma, os impactos causados pelo apagão cibernético registrado nesta sexta-feira, dia 19 de julho, afetaram principalmente os sistemas que lidam diretamente com os passageiros, fazendo com que muitas empresas chegassem até mesmo a emitir cartões de embarque de forma manual.
“Uma pane no sistema comercial gera caos, porque a premissa da aviação comercial é transportar passageiros. Sem os dados deles, é preciso fazer tudo manualmente, e isso gera atrasos em toda a malha aérea, como um efeito cascata”, explica Waterhouse.