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Ex-cunhado recebeu R$ 4 mil do irmão para matar Raquel Cattani; polícia diz que ex demonstra frieza

Rodrigo e Romero Xavier tiveram as prisões mantidas pela Justiça; vítima foi morta com 30 facadas

Motivação do crime ainda é apurada
Raquel Cattani, de 26 anos, filha do deputado Gilberto Cattani, foi morta com 30 facadas a mando do ex-marido, concluiu perícia (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil do Mato Grosso diz que Romero Xavier, preso suspeito de encomendar a morte da ex-mulher, a empreendedora Raquel Cattani, de 26 anos, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), pagou R$ 4 mil ao irmão, Rodrigo Xavier, para a execução do crime. Os dois foram detidos e passaram por audiência de custódia na noite de quinta-feira (25), quando tiveram as prisões convertidas em preventivas pela Justiça.

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O delegado Guilherme Pompeo contou ao site G1 que, da quantia recebida, Rodrigo gastou R$ 1,5 mil como entrada na compra de um carro. Questionado sobre o pagamento, Romero preferiu permanecer calado. O investigador revelou que, mesmo o irmão tendo dito que foi contratado por ele para o assassinato, o ex-marido da vítima age com frieza, sem demonstrar arrependimento.

“Verificamos que ele mantem essa conduta de uma pessoa estrategista. Não demonstra compaixão pelo que ele fez com a vítima”, disse o investigador, que ressaltou que o homem foi casado por 10 anos com Raquel e é pai dos dois filhos dela.

As defesas dos irmãos não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

O crime

O corpo de Raquel foi encontrado na manhã do último dia 19, mas a polícia acredita que ela tenha sido morta na noite anterior. Uma perícia realizada na residência apontou sinais de violência, que indicam que a jovem lutou com o autor do crime. Um aparelho de TV estava quebrado, além de outros itens espalhados pelo local. A perícia comprovou que a mulher levou 30 facadas.

Segundo a investigação, Romero planejou o crime e Rodrigo executou. Eles tentaram montar uma cena para parecer que ela foi vítima de um latrocínio, porém, os agentes descobriram que o ex-companheiro não aceitava o término do relacionamento.

Os investigadores desconfiaram da dupla depois de encontrar evidências de que a cena do assassinato foi alterada, com o objetivo de dificultar as investigações. Durante a realização da perícia, Romero chegou a aparecer na casa e foi levado para a delegacia para prestar esclarecimentos. Naquele momento, ele foi ouvido e liberado, mas a polícia continuou desconfiando da postura do homem.

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Na época, Gilberto Cattani chegou a defender o ex-genro, após os boatos de que ele tinha envolvimento com o crime. “Com o coração partido, mas preciso falar algumas coisas aqui. O marido da Raquel não foi preso, nem confessou crime algum e nem eu matei minha filha como foi noticiado. Tenham, pelo menos, respeito à dor alheia”, escreveu o político.

No entanto, a polícia descobriu que Romero não aceitava o rompimento com Raquel e, assim, decidiu matá-la. O irmão dele, que já tem diversos antecedentes criminais por furtos e outros crimes, confessou o assassinato à polícia ao ser preso, na última quarta-feira (24).

Raquel Cattani era dona de uma empresa que produz queijos artesanais na cidade de Nova Mutum. Por conta da atuação na área, ela ganhou prêmios na competição do Mundial do Queijo nas categorias de melhor queijo “Maringpa” e “Nozinho temperado”. A mulher deixou dois filhos, de 3 e 6 anos.

Dupla segue presa
Polícia diz que Romero Xavier (à esquerda) encomendou a morte da ex-mulher, Raquel Cattani, e pagou R$ 4 mil ao irmão, Rodrigo, que executou o crime (Reprodução/Redes sociais)

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