A família da recém-nascida que foi sequestrada no Hospital da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, segue muito abalada. Em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, a mãe da menina, Natália da Silva Alves, ressaltou que a sensação de medo continua, mesmo sabendo que a filha foi resgatada bem e já está com ela e o pai, o motorista Édson Ferreira.
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“A gente está muito transtornado. A gente não dorme. Meu esposo passou a noite inteira com ela no colo”, contou Natália, que disse que o pai da bebê se culpou ainda mais, pelo fato de ter sido ele quem entregou a filha para uma falsa pediatra, que foi identificada como Claudia Soares Alves, de 42 anos.
A suspeita, que foi presa em flagrante com a recém-nascida, em Itumbiara, no sul de Goiás, é médica neurologista. A defesa dela alega que a mulher estava grávida e teve que mudar os remédios controlados que toma para alguns transtornos, como o afetivo bipolar, o que a fez entrar em surto e raptar a recém-nascida.
Apesar disso, a Polícia Civil nega que Claudia estivesse grávida e também concluiu que a mulher planejou o sequestro sozinha.
“Ela (Cláudia) entra no primeiro quarto. No primeiro quarto tem dois meninos recém-nascidos. Ela joga aquela conversa dela, conversa de médica. Entra no segundo quarto. No segundo quarto, tem um menino e tem uma menina. Ela estava à procura de uma menina e essa menina não necessariamente seria a que foi sequestrada”, disse Marcos Tadeu de Brito Brandão, delegado-chefe de Uberlândia, em entrevista ao “Fantástico”.
A neurologista segue na Unidade Prisional Regional Feminina de Orizona, em Goiás, desde o último dia 24 de julho. Ela foi autuada pelo crime se sequestro qualificado.
A defesa dela diz que vai provar que ela estava em surto e que não tinha consciência dos atos. “Com a alteração dos medicamentos, ela deu um surto, um surto psicótico. Nossa defesa vai ser essa, porque realmente é o que aconteceu”, ressaltou o advogado Vladimir Rezende.
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Ele disse que ela “é portadora de transtorno afetivo bipolar e que no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir a natureza ilícita de suas atitudes.”
Relembre o caso
O sequestro da recém-nascida ocorreu na noite do último dia 23, três horas após o nascimento da menina, no HC-UFU, em Uberlândia.
Claudia se passou por pediatra e entrou na unidade usando jaleco, máscara e até um crachá. Funcionários do hospital disseram que ela perguntou onde seria a ala da pediatria na maternidade, pois precisava avaliar um recém-nascido. Ninguém desconfiou e ela foi levada ao local, onde a menina sequestrada estava com os pais.
Um vídeo do circuito de segurança do hospital mostrou quando a suspeita caminhava pelos corredores do hospital e depois quando ela deixou o local, carregando uma mochila, e entrou em um carro vermelho que a aguardava. Assista abaixo:
O HC-UFU destacou, em nota, que “poucos instantes após o fato, a equipe do hospital acionou a Polícia Militar de Uberlândia e cedeu as imagens das câmeras de segurança requisitadas pela corporação”.
O hospital ressaltou que “iniciou apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações. A instituição está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso”.