A Polícia Civil desvendou o caso do bebê abandonado no banheiro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Baeta Neves, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Segundo a investigação, os pais têm 15 e 17 anos e, juntos, decidiram ainda na gravidez que iriam se desfazer da criança. Ambos devem responder em liberdade por ato infracional de “abandono de incapaz”.
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O abandono ocorreu no último dia 21, sendo que a garota foi flagrada por câmeras de segurança da UPA. As imagens mostraram que ela entrou na unidade com o bebê nos braços às 15h49. Ela permaneceu no local até 15h56, quando já saiu sozinha.
Uma funcionária da limpeza localizou o menino no chão de um dos banheiros, perto de um vaso sanitário, enrolado em fronhas e vestindo um moletom vermelho. Com ele, havia um bilhete que dizia: “Boa tarde. Por favor, cuidem bem dele e o levem ao médico”.
Assim que foi achado, o bebê foi atendido pela própria equipe médica da UPA e depois encaminhado para o Hospital da Mulher. Exames físicos apontaram que ele tem 39 semanas, ou seja, pouco mais de nove meses. No entanto, essa informação foi corrigida e a polícia diz que o menino tinha uma semana de vida quando foi abandonado.
Conforme a delegada Kelly Cristina Sacchetto, da seccional de São Bernardo do Campo, os adolescentes foram identificados depois que imagens de câmeras de segurança mostraram que eles chegaram ao local em um carro de aplicativo. A placa do veículo foi localizada e, assim, o condutor foi questionado sobre quem eram os passageiros.
No fim da semana passada, os policiais chegaram até os adolescentes. A garota disse que achou o bebê em um matagal e decidiu levá-lo até a UPA. Porém, após ser questionada, ela acabou confessando que tinha dado à luz em casa e que ela e o namorado decidiram deixar o filho no local.
“Os dois, com medo de levar a gravidez adiante, e depois, com medo de terem que criar o bebê, já tinham combinado que iriam abandoná-lo”, ressaltou a delegada.
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Os menores foram liberados após o depoimento, mas ambos devem responder em liberdade por ato infracional de “abandono de incapaz”. Já o recém-nascido segue internado no Hospital da Mulher, onde passa por tratamento com antibióticos.
Kelly explicou que os menores, e seus familiares, não terão acesso à guarda do bebê. O destino dele ainda deverá ser definido pela Justiça.
Já a Prefeitura de São Bernardo do Campo informou que o Conselho Tutelar acompanha o caso e que o bebê segue internado, com previsão de alta em 30 dias.