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Caso Porsche: motorista alega que seguia a 70 km/h quando atropelou e matou motociclista, em SP

Igor Sauceda, 27, foi preso pela morte de Pedro Figueiredo, 21, e aguarda audiência de custódia

Condutor do carro de luxo deu versões divergentes e segue preso
Empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, foi preso por atropelar e matar motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21, na Zona Sul de SP (Reprodução/Redes sociais)

O empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, que atropelou o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, na Avenida Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, afirmou à polícia que seguia a 70 km/h no momento do acidente. Ele sustentou que o atropelamento foi acidental, mas deu versões divergentes sobre o que aconteceu. Segundo a polícia, o condutor do carro de luxo perseguiu e atingiu a vítima, em alta velocidade, em um “momento de fúria”. O rapaz segue preso, aguardando por uma audiência de custódia.

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Ao ser ouvido no 11º Distrito Policial de Santo Amaro, quando a polícia ainda não tinha acesso às imagens que registraram o atropelamento, Igor disse que seguia pela faixa central da via, quando o motociclista “passou por sua lateral esquerda e quebrou seu retrovisor”. Ele disse que “não conseguiu identificar o emplacamento e demais características, pois as luzes do motociclo estavam desligadas”.

Depois disso, o empresário disse que seguia a 70 km/h, quando o motociclista entrou na sua frente de forma “abrupta” e, mesmo tentando desviar, ele não conseguiu evitar o atropelamento. Até aquele momento, ele tinha passado por um exame toxicológico, que tinha dado negativo, e a polícia tratava o caso como um acidente sem a intenção de matar.

No entanto, cerca de 10 horas depois, quando a polícia já tinha visto as imagens que mostraram o Porsche perseguindo a moto em alta velocidade, Igor foi novamente ouvido, desta vez no 48º Distrito Policial, onde o caso segue sendo investigado.

Neste segundo depoimento, ele disse que o desentendimento com Pedro Kaique teve início na altura do Autódromo de Interlagos, que fica a cerca de 3 km do local do atropelamento. A investigação, então, entendeu que houve uma perseguição e o caso passou a ser tratado como homicídio doloso, com dolo eventual por motivo fútil ou torpe, e o empresário foi preso.

“Teve um momento de fúria. Razão pela qual perseguiu o motoqueiro após ter sentido que o seu veículo teve o retrovisor machucado por aquele motociclista. Então, ele acelerou, a gente vê pelas imagens, que a velocidade do Porsche era excessiva”, ressaltou o delegado Edilzo Correia.

Igor deve passar por uma audiência de custódia ainda hoje, quando a Justiça vai definir se ele seguirá detido ou se vai responder em liberdade.

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O advogado dele, Carlos Bobadilla, afirmou à imprensa na delegacia que seu cliente passou pelo exame toxicológico, que deu negativo, e negou que ele tenha atropelado o motociclista intencionalmente.

“O que aconteceu foi uma fatalidade e ele, infelizmente, veio a colidir com a motocicleta da vítima. Infelizmente aconteceu essa fatalidade. Não teve nenhum dia de fúria. E o que importa é que ele não estava alcoolizado. O exame do bafômetro saiu zerado. Toda a narrativa que eu já cheguei a ouvir, inclusive aqui na delegacia, de que ele estava bêbado e provocou esse acidente, é inverídica porque ele estava sóbrio, voltando do trabalho”, disse o defensor.

Atropelamento ‘por maldade’

O caminhoneiro Gustavo Silva, de 26 anos, que viu o acidente e chegou a questionar o condutor do Porsche amarelo logo após depois, afirma que o atropelamento foi cometido “por maldade”.

E agora. Ele vai pagar a vida do cara? Matou o cara. Fez na maldade. Se não fosse na maldade, não teria batido o carro na moto”, disse o caminhoneiro ao portal “Metrópoles”.

Gustavo disse que viu quando o motociclista atingiu o retrovisor do carro de luxo e passou a acompanhar a cena, já que houve uma discussão entre as partes. Ele presenciou quando o motociclista foi atropelado e desceu gravando com o celular, registrando as primeiras imagens após o acidente.

“O cara do Porsche foi e jogou o carro para cima do motoqueiro. Infelizmente jogou os dois num poste. Complicado, por causa de um retrovisor ele vai lá e mata o cara. Ele tem dinheiro, pô. Quebrou o retrovisor, vai lá e arruma”, ressaltou a testemunha.

Revoltado, o caminhoneiro chegou a questionar os motivos que levaram Igor a atropelar a vítima. “Você matou o cara por causa do retrovisor do seu carro?”, perguntou. “Não, ele que me fechou, mano, ele estava vindo atrás de mim”, rebateu Igor (assista abaixo).

Ameaças contra ex-sócios

Após a repercussão do caso, ex-sócios de Igor procuraram a polícia para fazer uma denúncia. Eles dizem que foram ameaçados pelo empresário, após o rompimento da sociedade, e chegaram a ser perseguidos por ele com o Porsche amarelo.

Conforme reportagem do site G1, uma das vítimas contou que, no último dia 20 de julho, quando seguia com outros familiares pela Avenida das Nações Unidas, no sentido da Avenida Interlagos, foi intimidada pelo condutor do carro de luxo.

Os alvos do empresário seriam Cleusa Silva de Souza e Erinaldo Joaquim dos Santos, que são donos do Luminus Bar e, há alguns anos, firmaram sociedade com Igor e a família dele, no Beco do Espeto.

“A gente fez uma sociedade de 2017 para 2018 e aí comigo durou até 2020. Depois começaram as ameaças, as brigas, aí eu caí fora para não dar mais confusão. E daí vêm as constantes ameaças”, contou Erinaldo, que ressaltou que uma das brigas acabou em agressão e um boletim de ocorrência foi registrado.

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