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Venezuela: estátuas de Hugo Chávez caem como símbolo do descontentamento popular com o resultado das eleições

Os protestos surgiram devido à falta de transparência e à suspeita de fraude nas eleições

Venezuela Hugo Chávez
Venezuela Hugo Chávez Uma estátua destruída do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, no chão ao lado de sua base, na cidade de Valência, Venezuela (Jacinto Oliveros/AP)

O controverso resultado das recentes eleições presidenciais na Venezuela, que segundo um organismo (o CNE) controlado pelo chavismo, deu a vitória ao presidente autoritário Nicolás Maduro, desencadeou violentos protestos em todo o país desde a madrugada desta segunda-feira.

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Sem apresentar atas ou qualquer documento que respalde a informação, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decretou a vitória de Maduro com 5.150.092 de votos (51,20%) contra os 4.445.978 (44,2%) de Edmundo González. O site do CNE está fora do ar desde domingo à noite.

A oposição afirma ter atas que certificam sua vitória.

Vários países, como Estados Unidos, Chile, Argentina e Peru, desconheceram os resultados e hoje a Organização dos Estados Americanos (OEA) instou Nicolás Maduro a reconhecer sua derrota nas eleições presidenciais da Venezuela ou convocar uma nova votação mais transparente.

O que aconteceu com as estátuas de Chávez?

Na suspeita de fraude eleitoral, centenas de milhares de venezuelanos saíram para protestar e muitos deles concentraram seus ataques nas estátuas gigantes do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, o líder e inspirador do regime, que faleceu em 2013.

Pelo menos seis estátuas foram derrubadas nas últimas horas.

Na cidade de La Guaira, nos arredores de Caracas, na terça-feira só havia barras retorcidas e pedaços de concreto aos pés de uma estátua de Chávez que havia sido erguida em 2017. Um vídeo fornecido à The Associated Press por uma pessoa que participou da manifestação mostrou o momento em que a figura de 3,5 metros de altura do ex-presidente, popularmente conhecido como “O Comandante”, foi derrubada entre gritos de “este governo vai cair”.

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Depois de derrubá-la, a estátua foi arrastada por motociclistas pela praça, regada com gasolina e incendiada, conforme descrito por essa pessoa, que pediu para não ser identificada por medo de ser presa. “É um símbolo poderoso”, disse. “Cada vez que atacamos um de seus símbolos, é como se lhe tirássemos a força”.

Em Valência também foi destruída uma estátua.

Esta não é a primeira vez que manifestantes atacam monumentos dedicados ao fundador da chamada revolução bolivariana na Venezuela. Em 2017 e 2019, algo semelhante ocorreu durante uma série de manifestações contra o governo.

As ameaças do regime de Maduro

Um oficial de inteligência militar vestido à paisana se aproximou de jornalistas que tentavam tirar fotos do que restava do monumento em La Guaira. O oficial, que não se identificou, disse que o país está "em guerra" e que qualquer tentativa de desrespeitar Chávez era ofensiva para milhões de venezuelanos.

Por sua vez, Nicolás Maduro reagiu com indignação às imagens em um discurso na noite de segunda-feira: “O que essas pessoas têm na cabeça? O que têm no coração? Se chegassem a ter poder político na Venezuela, o que seriam capazes de fazer com o povo?”.

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