Foco

Caso Porsche: bar de empresário que matou motociclista é alvo de ataque, na Zona Oeste de SP

Grupo tentou incendiar o local, segundo relato de vizinhos do estabelecimento; Igor Sauceda segue preso

Apesar do ataque, fogo não se propagou
Bar de motorista de Porsche, preso por matar motociclista, é alvo de tentativa de incêndio, na Zona Oeste de SP (Reprodução/Redes sociais/Metrópoles)

O bar Beco do Espeto, que tem como sócio empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, preso por atropelar e matar o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21, foi alvo de um ataque. Vizinhos do estabelecimento, que fica no Itaim Bibi, na Zona Oeste de São Paulo, relataram que um grupo tentou incendiar o local, mas não teve sucesso.

ANÚNCIO

De acordo com o portal “Metrópoles”, a tentativa de ataque ocorreu na madrugada de quarta-feira (31). Testemunhas relataram que homens em motocicletas rondaram o bar e um deles jogou uma garrafa de cerveja long neck, com gasolina dentro, no estabelecimento. O objetivo era de provocar um incêndio, mas as chamas não se alastraram.

O Beco do Espeto segue fechado desde que Igor foi preso. Trabalhadores que comércios vizinhos relataram que estão apreensivos por conta da repercussão do caso. “Eles [pessoas que rondavam a região de moto] vieram aqui e perguntaram algumas coisas. Mas a gente só trabalha aqui”, afirmou uma fonte ao Metrópoles.

Por conta da sociedade no bar, Igor acumula uma série de problemas, entre denúncias de ameaçar, perseguir e até dar um calote milionário em ex-sócios.

A defesa do empresário e representantes do bar não foram encontrados para comentarem o assunto até a publicação desta reportagem.

Morte de motociclista

O motociclista e auxiliar de transportes escolar Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, morreu após ser atropelado por Igor Sauceda na Avenida Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, na última segunda-feira (29). Imagens de câmeras de segurança registraram o Porsche perseguindo a moto em alta velocidade (assista abaixo).

Ao ser ouvido pela polícia, Igor sustentou que o atropelamento foi acidental, mas deu versões divergentes sobre o que aconteceu. Ele afirmou que estava a 70 km/h, mas, segundo a polícia, o condutor do carro de luxo perseguiu e atingiu a vítima, em alta velocidade, em um “momento de fúria”.

ANÚNCIO

Inicialmente, em depoimento no 11º Distrito Policial de Santo Amaro, quando a polícia ainda não tinha acesso às imagens que registraram o atropelamento, Igor disse que seguia pela faixa central da via, quando o motociclista “passou por sua lateral esquerda e quebrou seu retrovisor”. Ele disse que “não conseguiu identificar o emplacamento e demais características, pois as luzes do motociclo estavam desligadas”.

Depois disso, o empresário disse que o motociclista entrou na sua frente de forma “abrupta” e, mesmo tentando desviar, ele não conseguiu evitar o atropelamento. Até aquele momento, ele tinha passado por um exame toxicológico, que tinha dado negativo, e a polícia tratava o caso como um acidente sem a intenção de matar.

No entanto, cerca de 10 horas depois, quando a polícia já tinha visto as imagens que mostraram o Porsche perseguindo a moto em alta velocidade, Igor foi novamente ouvido, desta vez no 48º Distrito Policial, onde o caso segue sendo investigado.

Neste segundo depoimento, ele disse que o desentendimento com Pedro Kaique teve início na altura do Autódromo de Interlagos, que fica a cerca de 3 km do local do atropelamento. A investigação, então, entendeu que houve uma perseguição e o caso passou a ser tratado como homicídio doloso, com dolo eventual por motivo fútil ou torpe, e o empresário foi preso.

“Teve um momento de fúria. Razão pela qual perseguiu o motoqueiro após ter sentido que o seu veículo teve o retrovisor machucado por aquele motociclista. Então, ele acelerou, a gente vê pelas imagens, que a velocidade do Porsche era excessiva”, ressaltou o delegado Edilzo Correia.

Prisão mantida

Na última terça-feira (30), Igor passou por uma audiência de custódia, quando teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Na decisão, a juíza Vivian Brenner de Oliveira destacou que as imagens mostram que o condutor usou o carro de luxo “como verdadeira arma”.

“Pelas imagens é possível verificar que o réu perseguiu a vítima e que a perseguição apenas acabou quando ele atingiu a vítima. O fato de o indiciado não estar alcoolizado não é suficiente para afastar a gravidade da sua conduta. Pelo contrário, não estando alcoolizado, tomou a decisão clara e consciente de perseguir um motoqueiro desconhecido após este ter danificado o seu retrovisor o que acresce reprovabilidade à sua conduta delitiva e denota o perigo gerado pelo seu estado de liberdade”, destacou a magistrada.

Assim, ainda na terça-feira, o empresário foi levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) II em Guarulhos.

O advogado de Igor, Carlos Bobadilla, não foi encontrado para comentar sobre a manutenção da prisão. No entanto, logo após a prisão, ele ressaltou que seu cliente passou pelo exame toxicológico, que deu negativo, e negou que ele tenha atropelado o motociclista intencionalmente.

“O que aconteceu foi uma fatalidade e ele, infelizmente, veio a colidir com a motocicleta da vítima. Infelizmente aconteceu essa fatalidade”, disse o defensor.

Morte ocorreu após briga de trânsito
Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, morreu após ser atropelado pelo motorista de um Porsche, na Avenida Interlagos, em SP (Reprodução/Redes sociais)

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias