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Condutor de Porsche que matou motorista de app explica ‘voz pastosa’ antes de acidente; veja vídeo

Fernando Sastre, 24, disse a juiz que não bebeu e que vídeo em que parecia alterado foi ‘brincadeira’

Ele responde pela morte do motorista de app Ornaldo Viana
Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, foi ouvido pela Justiça em videoconferência (Reprodução/X (Twitter))

O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que dirigia um Porsche envolvido no acidente de trânsito que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52, teve um novo pedido de liberdade negado pela Justiça. Na última sexta-feira (2), ao ser ouvido em videoconferência pelo juiz Roberto Zanichelli Cintra, ele reafirmou que não estava embriagado e disse que o vídeo em que apareceu com “voz pastosa” antes do acidente foi um “momento de descontração” entre amigos.

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“Eu gostaria de esclarecer ali aquele momento. Aquele vídeo era só um momento de descontração, em que estávamos todos nós ali. E por isso que a Juliana [namorada] gravou aquele vídeo”, explicou Fernando ao juiz. Veja abaixo o vídeo do depoimento publicado pela “Jovem Pan News”:

Ainda na videoconferência, Fernando foi questionado pelo juiz se tinha feito o consumo de bebidas alcoólicas antes do acidente. “O Marcus [amigo], a Giovana [amiga] e a Juliana consumiram bebida alcoólica. Eu não consumi bebida alcoólica”, respondeu o empresário.

“Por que não?”, voltou a perguntar o juiz. “Porque eu não queria. Eu estava dirigindo. E não é uma necessidade que eu sinto consumir bebida alcoólica”, ressaltou Fernando, que concluiu: “Eu consumi água”.

Veja abaixo o vídeo em que ele apareceu com a “voz pastosa” antes do acidente:

Durante o interrogatório, Fernando Sastre disse ao juiz que achava estar dirigindo a uns 60 km/h, no entanto, a perícia constatou que ele seguia a 136 km/h quando atingiu o Sandero. Ele afirmou que viu o carro de Ornaldo de repente, mas não conseguiu frear a tempo e acabou atingindo a traseira do veículo. O condutor do carro de luxo reafirmou que o acidente foi uma “fatalidade”.

Nesta semana, os advogados do empresário ao processo um parecer técnico feito por uma perícia particular, que aponta que a polícia não tem provas de que Fernando estava embriagado antes de dirigir.

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O documento apresentado pelos defensores do jovem foi elaborado por profissionais do instituto Vida Mental Perícias, e propõe uma “avaliação clínica e forense retrospectiva, acerca de elementos que esclareçam científica, metodológica e tecnicamente a presença ou ausência de embriaguez no momento do acidente”.

O laudo em questão possui mais de 100 páginas e é baseado em entrevistas realizadas com Fernando em abril passado, além de imagens de câmeras de monitoramento e câmeras corporais dos policiais militares que atenderam a ocorrência. Segundo o documento, a desorientação do motorista aconteceu devido ao impacto causado pela colisão, e não pelo consumo de bebida alcóolica.

Os advogados também pediram a soltura do réu, mas a Justiça negou e ele segue preso preventivamente em Tremembé, no interior paulista.

Polícia investiga o caso
Fernando Sastre de Andrade Filho (à esquerda) dirigia Porsche quando bateu na traseira de Sandero, matando o motorista de app Ornaldo da Silva Viana (Reprodução/Redes sociais)

Relembre o caso

O acidente ocorreu no último dia 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, na Zona Leste de São Paulo. O empresário seguia a mais de 136 km/h e atingiu o Renault Sandero conduzido por Ornaldo, que não resistiu. O amigo dele, o estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha, ficou gravemente ferido.

Fernando deixou o local do acidente e não passou pelo teste do bafômetro. Em um vídeo, ele apareceu falando com voz pastosa logo após a batida, mas sua defesa continua reafirmando que ele não estava embriagado.

O Ministério Público, por sua vez, o acusa de dirigir bêbado e em alta velocidade, assumindo o risco de matar e ferir pessoas. Para a promotora Monique Ratton, os relatos das testemunhas confirmam o que já era de conhecimento devido a investigação policial. No entanto, a defesa do empresário espera que o caso seja tratado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Empresário é procurado pela polícia
Motorista de Porsche fugiu após bater e matar condutor de Renault Sandero, na Zona Leste de SP (Reprodução/Redes sociais)

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