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Automutilação, tortura e racismo: jovem é preso suspeito por série de crimes contra namorada virtual

Rapaz de 19 anos manteve relacionamento com a vítima e passou a ameaçá-la com vazamentos de nudes

Jovem de 19 anos é preso no interior de SP suspeito de cometer uma série de crimes contra namorada virtual (Foto: Reprodução)

Um jovem de 19 anos que mora em São José dos Campos, no interior de São Paulo, foi preso suspeito de uma série de crimes cometidos contra uma namorada virtual. Segundo a investigação, ele manteve um relacionamento com uma mineira, de 23 anos, e passou a exigir que ela se automutilasse, e, caso se recusasse, ameaçava divulgar nudes gravados durante videochamadas. Além disso, segundo a polícia, ela também a chamava de expressões racistas como “macaca” e “parda suja”.

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O rapaz foi preso na segunda-feira (5), na zona rural de São José dos Campos, durante uma operação conjunta entre policiais civis de São Paulo e de Minas Gerais.

Segundo a investigação, ele manteve um namoro virtual com a vítima entre março e junho de 2023, período em que exigia que ela se automutilasse. Entre as ações ele pedia que ela “escrevesse” na barriga e nos seios o nick name que eles usavam nas redes sociais. Em outro episódio, obrigou a mulher a introduzir uma faca na região genital, sendo que todas as cenas eram gravadas por ele durante as videochamadas, sem o consentimento dela.

Conforme a polícia, o rapaz também cometia com frequência atos de racismo e injúria racial contra a vítima, além de ameaçá-la constantemente sobre a divulgação de nudes e dados pessoais nas redes sociais.

“Como forma de coação, o suspeito ameaçava vazar os dados pessoais que ele tinha da vítima e da família dela. Com medo de publicizar esses dados, ela fazia essas filmagens, por meio de videochamadas. Nesse contexto, ele passou a captar essas imagens sem o conhecimento da namorada”, explicou o delegado Arthur Martins da Costa Benício, responsável pelo caso.

As ameaças pioraram depois que a vítima descobriu que o rapaz mantinha uma outra namorada virtual. Indignado, ele criou um grupo com a família da vítima e divulgou as imagens íntimas. A mulher implorava para que ele acabasse com as mensagens, mas ele novamente exigiu que ela gravasse um vídeo dando tapas no próprio rosto e pedindo desculpas.

“Por meio de investigações, constatamos que tudo isso tinha como pano de fundo uma questão racial”, contou o delegado, acrescentando que o rapaz também fazia apologia ao nazismo nas redes sociais, além de promover mensagens sobre ameaças de ataques em escolas.

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A vítima foi levada ao Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exames que atestaram as violências sofridas. Já o rapaz preso deve responder pelos crimes de tortura, gravação e divulgação de cenas de nudez, racismo e injúria racial. Ele segue à disposição da Justiça.

Como os nomes dos envolvidos não foram revelados, não foi possível localizar as defesas deles até a publicação desta reportagem.

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