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Cristian Cravinhos obtém parecer favorável em exame criminológico e pode estar perto da liberdade

Dos três condenados no caso Richthofen, ele é o único que segue cumprindo pena no regime semiaberto

Ele foi condenado pela morte do casal Richthofen
Cristian Cravinhos passou por exame criminológico e aguarda decisão da Justiça sobre progressão para o regime aberto (Reprodução/Redes sociais)

Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal von Richthofen, pode estar perto de conseguir a liberdade. Ele obteve um parecer favorável em um exame criminológico, que foi exigido pela Justiça antes de decidir sobre a progressão de pena para o regime aberto. Dos três condenados no caso, somente ele segue no semiaberto atualmente.

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O exame criminológico foi determinado pela Justiça no fim de junho passado, sendo que os resultados da avalição, que contou com psicólogo, psiquiatra e assistente social, foram protocolados na última segunda-feira (5).

Conforme o site G1, o relatório psicológico cita que Cristian “manifestou arrependimento, demostrou empatia com sofrimento familiar provocado por seus atos”. Além disso, o parecer social destacou que, caso obtenha a liberdade, o detento tem planos futuros, como trabalhar como designer e preparador de motos de corrida. Além disso, ele afirma que vai morar com a mãe e que quer cuidar da filha.

Na avaliação geral, os profissionais concluíram que Cristian possui “ótima avaliação laboral e bom comportamento carcerário”, sendo que todos deram aval à progressão de pena.

A defesa do detento confirmou ao G1 que ele já cumpriu todos os requisitos exigidos por lei para progredir de regime, incluindo o parecer favorável no exame criminológico.

No entanto, a decisão final sobre o regime aberto será tomada por um juiz. Não há prazo para que essa análise seja realizada. Por enquanto, Cristian segue cumprindo o semiaberto na P2 de Tremembé, no interior de São Paulo.

Pedido de regime aberto

A defesa de Cristian entrou com o pedido de progressão de pena para o regime aberto no último dia 14 de maio, alegando que o preso tem bom comportamento, trabalha na cadeia e sempre voltou das saidinhas temporárias que recebeu, além de já ter cumprido metade de sua pena total.

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“O reeducando já cumpriu o tempo suficiente de sua reprimenda em regime semiaberto, o qual, com grande perspicácia lhe serviu como instrumento de reparação de seu caráter, de sua moral, corrigindo sua personalidade e, consequentemente, afastando o desejo de delinquir, e a progressão ao regime mais brando é que se impõe”, alegou a advogada Maieli Luana Rodrigues em seu pedido.

Porém, o promotor Alexandre Mourão Mafetano, da 12ª Promotoria de Justiça de Taubaté, afirma que o atestado de boa conduta carcerária não se mostra o suficiente para comprovar que o sentenciado possa progredir de regime e voltar a conviver em sociedade. Assim, no dia 15 de maio, o Ministério Público de São Paulo protocolou o pedido para que ele passasse pelo exame criminológico.

“Como o caso em questão necessita de uma análise mais rigorosa devido à gravidade do cometido, a questão deve ser precedida da realização de exame criminológico, na forma do artigo 196, § 2º, da Lei de Execução Penal, de sorte a melhor se traçar o perfil psicológico do preso e se averiguar possível melhora íntima”, destacou o promotor.

Essa solicitação do MP foi acatada pela Justiça e o detento passou pela análise, obtendo o parecer favorável à progressão de pena.

Regressão de pena

Cristian chegou a deixar a prisão em 2017 para cumprir o regime aberto, mas se envolveu em uma briga com a então namorada, que o acusou de agressão. Apesar de ela não ter registrado queixa, quando a polícia chegou ele estava fora de sua cidade domicílio e em um bar, descumprindo as regras.

Assim, Cristian foi detido tentou subornar os policiais, oferecendo R$ 1 mil em espécie, o que gerou um flagrante e o retorno ao regime fechado. O detento ainda foi flagrado com dinheiro e munição de 9 mm, que é de uso restrito das forças policiais.

Desde então, ele segue em Tremembé e agora tenta obter a liberdade.

Crime ocorreu há mais de 20 anos
Suzane Richthofen e os irmãos Cravinhos: condenados pelas mortes do casal Richthofen (Reprodução/Redes sociais)

Morte do casal von Richthofen

Segundo a Justiça, Suzane Richthofen, que agora mudou de nome, planejou a morte dos próprios pais e teve a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian, para a execução do plano. O crime ocorreu no dia 31 de outubro de 2022.

Logo depois do início das investigações, Suzane foi presa. Em 2006, ela foi julgada e condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado. No entanto, entrou com vários pedidos de revisão e conseguiu reduzir o tempo para 34 anos e 4 meses de prisão. A previsão é que ela, que está em regime aberto desde o início deste ano, cumpra a sentença no dia 25 de fevereiro de 2038.

Depois que saiu da prisão, Suzane passou a morar em Angatuba, também no interior de São Paulo. Além de cursar biomedicina em uma faculdade particular, ela também prestou o concurso público da Câmara Municipal de Avaré, visando uma vaga como telefonista.

Além disso, abriu um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Angatuba para seu ateliê de costura. Agora, vive com o marido, o Médico Felipe Zecchini Muniz, em um condomínio em Bragança Paulista e se tornou mãe.

Ela deu à luz o primeiro filho no último dia 26 de janeiro, em um hospital de Atibaia, também no interior paulista, onde o médico trabalha. Para evitar o assedio, foi montada uma verdadeira “operação de guerra” na unidade de saúde, com ameaça de demissão aos funcionários que vazassem a informação sobre o parto. No início deste ano, ela voltou a cursar Direito.

Atualmente, Daniel Cravinhos cumpre pena no regime aberto. Ele vive com a maquiadora Andressa Rodrigues, que está grávida. Em uma carta aberta, o ex-detento pediu perdão à Andreas Richthofen, irmão de Suzane, e afirmou que a “culpa continua a perturbar”. Ele ressaltou que quer se reaproximar do ex-cunhado, que vive isolado.

Suzane ao lado do irmão, Andreas, e dos pais: Marísia e Manfred Richthofen

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