Foco

A campeã olímpica Imane Khelif apresenta queixa em Paris por ciberbullying contra ela

A denúncia foi apresentada a um grupo especial do MP francês que combate mensagens de ódio na mídias digitais

Agencia
A argelina Imane Khelif comemora depois de derrotar a chinesa Yang Liu e conquista o ouro na final da divisão de 66 Kg do boxe feminino dos Jogos Olímpicos de Paris, em 9 de agosto de 2024. (AP Foto/Ariana Cubillos) Boxe feminino (Ariana Cubillos/AP)

A campeã olímpica de boxe Imane Khelif apresentou uma queixa na França por ciberbullying após uma enxurrada de críticas e conceitos equivocados sobre seu gênero durante os Jogos de Paris, informou seu advogado no domingo.

ANÚNCIO

Khelif ganhou o ouro na sexta-feira na categoria peso meio-médio, tornando-se uma heroína em sua Argélia natal, além de chamar a atenção global para o boxe feminino.

A denúncia foi feita na sexta-feira perante um grupo especial do Ministério Público de Paris que combate mensagens de ódio por meio de tecnologias digitais. Eles denunciaram que Khelif foi vítima de ‘cyberbullying’, disse o advogado Nabil Boudi.

Num comunicado, Boudi descreveu como uma “campanha misógina, racista e sexista” contra a pugilista.

O Ministério Público deverá decidir se abre uma investigação. Como é comum na lei francesa, a queixa não identifica o suposto perpetrador, mas deixa nas mãos dos investigadores determinar quem poderia ser responsável.

Imane Khelif esteve no centro da polêmica em Paris 2024

O desfecho da primeira luta de Khelif em Paris a colocou no centro da polarização mundial sobre a identidade de gênero e as regulamentações de segurança no esporte. Sua primeira adversária, a italiana Angela Carini, abandonou a luta entre lágrimas em apenas 46 minutos. Carini disse que sentiu muita dor com os golpes de Khelif.

A isso se seguiram comentários de figuras como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, a escritora de ‘Harry Potter’ J.K. Rowling e outros que falsamente afirmaram que Khelif era um homem ou transgênero.

ANÚNCIO

Khelif respondeu que a onda de questionamentos odiosos que enfrentou devido a conceitos errados sobre seu gênero "prejudica a dignidade humana".

O debate nos Jogos surgiu 16 meses depois que Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting foram desqualificadas e tiveram suas medalhas negadas no Mundial de 2023, pela Associação Internacional de Boxe (IBA, sigla em inglês), um órgão dominado pela Rússia.

A AIBA, que trava uma amarga disputa com o COI há anos, afirmou que nenhuma das duas boxeadoras havia falhado em um teste de elegibilidade para competições femininas. Em Paris 2024, o boxe é regulamentado por um grupo nomeado pelo COI, com regras de elegibilidade aprovadas em 2016 e um tanto obsoletas em comparação com as que regem outros esportes olímpicos.

Lin também acabou levando uma medalha de ouro.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias