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Familiares se despedem de piloto e copiloto do avião que caiu em Vinhedo; 17 mortos foram identificados

Corpo de Danilo Romano, 35, é velado em SP; já cerimônia do copiloto Humberto Silva, 61, ocorre no interior

Além deles, outras 15 vítimas da queda de avião em Vinhedo já foram identificados
Corpos do piloto Danilo Santos Romano (à esquerda) e copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva são velados na Capital e Interior de SP, respectivamente (Reprodução/Redes sociais)

Familiares e amigos começam a se despedir das vítimas do acidente aéreo que matou 62 pessoas, em Vinhedo, no interior de São Paulo. Até agora, 17 vítimas já foram identificadas por meio de uma força-tarefa montada no Instituto Médico Legal (IML). Entre elas está o piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos, e o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61. Os corpos de ambos são velados nesta segunda-feira (12).

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A despedida de Danilo é realizada na Basílica de Nossa Senhora da Penha, na Zona Leste da Capital, em cerimônia restrita a familiares e amigos. Já o enterro está previsto para esta tarde, em um cemitério na mesma região.

Ele se formou em aviação civil na Universidade Anhembi Morumbi, na capital paulista, em 2010. Em junho passado, finalizou uma pós-graduação em Gestão de Segurança de Voo na Unyleya. Além de atuar na Voepass, onde tinha sido promovido a piloto em julho de 2023, já tinha trabalhado para outras companhias aéreas, como Avianca e Air Astana.

Já o velório do copiloto Humberto de Campos é realizado na cidade de Iporanga, no interior paulista, conforme um pedido que já tinha feito aos familiares. “Ele sempre falou isso: ‘pai, não esqueça. Quando eu morrer, eu quero sepultado em Iporanga’. Falou várias vezes, para mim, aos irmãos, para esposa”, contou o pai da vítima, Bernardo Pereira da Silva, de 87 anos, ao G1.

Segundo o genitor, o filho era apaixonado pela cidade localizada no Vale do Ribeira, mesmo morando em Jandira, no interior paulista. Assim, seu corpo será enterrado nesta tarde em um cemitério local.

“Todo mundo conhece o meu filho [em Iporanga]. Ele tinha duas coisas importantes na vida: ser um bom piloto e um construtor de amizade e confiança. E ele foi”, afirmou Bernardo.

Acidente ocorreu em condomínio residencial, mas ninguém se feriu no solo
Avião com 62 pessoas a bordo caiu em Vinhedo, no interior de SP; ninguém sobreviveu (Reprodução/Redes sociais)

Identificação de vítimas

Uma força-tarefa foi montada IML de São Paulo para identificar as 62 vítimas do acidente aéreo. Até a manhã desta segunda-feira, 48 corpos já tinham passado por exames, sendo que 17 deles foram identificados por meio de digitais.

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Deste total, as declarações de óbitos de oito pessoas já foram entregues a seus parentes, incluindo Danilo e Humberto.

Veja quem são elas:

  • Danilo Santos Romano, 35 anos (piloto do avião)
  • Humberto de Campos Alencar e Silva (copiloto do avião)
  • Daniela Schulz Fodra (fisiculturista, esposa de Hiales Carpini Fodra)
  • Hiales Carpine Fodra, de 33 anos (policial rodoviário federal e marido de Daniela Schultz Fodra)
  • Pedro Gabriel Gusson do Nascimento, de 26 anos (analista de pesquisa de mercado)
  • Rafael Fernando dos Santos, de 41 anos (programador e pai da menina de Liz Ibba dos Santos, de 3 anos, que também faleceu)
  • Tiago Azevedo Biler, de 40 anos (engenheiro de produção)
  • José Carlos Copetti, de 45 anos (gerente de logística)

Já os corpos de outras nove pessoas identificadas ainda aguardam os trâmites documentais para liberação. Os nomes dessas vítimas não foram revelados pelo IML.

Acidente aéreo

O avião bimotor, modelo ATR-72, saiu de Cascavel, no Paraná, às 11h50 da última sexta-feira (9), com destino a Guarulhos, na Grande São Paulo, onde pousaria às 13h45. A capacidade é de 68 passageiros, mas 62 pessoas estavam a bordo, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes.

Porém, o avião caiu no quintal de uma residência, que fica em um condomínio residencial de Valinhos, mas nenhuma vítima foi registrada em solo.

Moradores conseguiram registrar o exato momento em que a aeronave rodava no ar e caiu. Na sequência, o avião pegou fogo e nenhum do ocupantes sobreviveu (assista abaixo):

A Polícia Civil, a Polícia Federal e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investigam as causas do acidente. As caixas pretas da aeronave foram retiradas e encaminhadas para análise em Brasília.

Ex-funcionários da Voepass criticaram as manutenções das aeronaves, sendo que até um palito foi usado em uma ocasião para reparar um botão que aciona o sistema antigelo. Além disso, falaram sobre “danos estruturais” sofridos pela aeronave que caiu, que a fizeram passar quatro meses sem operar neste ano.

A companhia aérea Voepass Linhas Aéreas, a antiga Passaredo, diz que informações relacionadas à investigação serão restritas à Aeronáutica e outras autoridades. A empresa não deu detalhes sobre as falhas registradas antes da queda.

A empresa ressaltou que o esforço principal da companhia, neste momento de dor, está em apoiar e dar assistência às famílias dos passageiros e tripulantes que estavam a bordo.

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