Foco

Funcionário denuncia avarias em sistema de descongelamento de outro avião da Voepass

A empresa cancelou os demais voos da aeronave em agosto alegando “contingenciamento da operação” após acidente.

Todos os voos da Voepass que faziam a rota entre Fortaleza, Fernando de Noronha e Natal foram cancelados após o acidente aéreo que deixou 62 mortos na última sexta-feira, 09 de agosto, em Vinhedo (SP). Conforme reportagem do O Globo, a empresa alega que a medida foi tomada devido ao “contingenciamento da operação” após o acidente envolvendo um ATR-72 da mesma companhia.

Apesar das alegações da empresa, um funcionário revelou que foi feita uma denúncia sobre o estado de conservação do avião que faz a rota citada. A aeronave, um turboélice ATR-42 com capacidade para 48 passageiros, teria apresentado uma série de problemas de manutenção que preocupam a tripulação. A denúncia em questão foi realizada em fevereiro por um tripulante e direcionada à chefia superior.

Segundo a denúncia o avião, um modelo menor do que se acidentou em Vinhedo, apresenta diversas avarias incluindo um rasgo no sistema de proteção contra congelamento da asa, o mesmo sistema que pode ter apresentado mau funcionamento e ocasionado a perda de sustentação do ATR-72 que se acidentou na última semana.

Publicidad

Avião interditado pela Anac

A denúncia feita pelo tripulante é referente ao avião de matrícula PR-PDS. No texto, o funcionário relata que a aeronave fez desvios e curvas durante o voo para “desviar de áreas de formação de gelo”. Em imagens anexadas à denúncia, é possível notar que o sistema de descongelamento apresentava dois rasgos, ficando completamente inoperante visto que é composto por uma borracha que protege a asa e infla para expelir o gelo em caso de formação de cristais.

Vale lembrar que o sistema de descongelamento é considerado um item crítico para a decolagem, ou seja: é proibido voar em caso de funcionamento inadequado do sistema em questão.

Ainda na denúncia o funcionário relata que colegas indicaram outros problemas na aeronave, incluindo um freio quebrado e uma “bolha” de 6cm de espessura no pneu, causando risco de ruptura durante o pouso. A porta da aeronave também apresentava um vão suficiente para passar uma mão.

Tripulantes e ex-tripulantes da Voepass relataram à reportagem que o avião em questão chegou a ser interditado pela Agência Nacional de Aviação Civil em maio, e passou dias estacionado no Aeroporto de Fernando de Noronha.

Apesar dos cancelamentos dos voos até 31 de outubro, o avião está escalado para voar nesta semana nas rotas Recife-Campina Grande e Recife-Natal-Mossoró.

Leia também: Queda de avião em Vinhedo: corpos de fisiculturista e marido PRF são velados unidos por fita com alianças

Siga-nos no:Google News

Conteúdo patrocinado

Últimas Notícias