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IML conclui as causas das mortes das vítimas do acidente aéreo em Vinhedo; 27 foram identificadas

Diretor do órgão diz que as pessoas morreram com impacto com o solo e depois foram carbonizadas

Causas do acidente aéreo ainda são apuradas
Avião da Voepass caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, e os 62 ocupantes não sobreviveram (Reprodução/Redes sociais)

O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo concluiu que as 62 vítimas do acidente aéreo em Vinhedo, no interior paulista, morreram de politraumatismo por conta do impacto com o solo e depois tiveram os corpos carbonizados. Até agora, 27 pessoas já tiveram suas identidades confirmadas, sendo que as declarações de óbitos de 15 já foram entregues a seus parentes.

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“Hoje, nós temos a convicção de que todos morreram de politraumatismo. É uma certeza científica, a aeronave despencou de uma altura de 4 mil metros e, ao atingir o solo, o choque foi muito grande e todos eles sofreram politraumatismo”, afirmou o diretor do IML, Vladmir Alves dos Reis, ao site G1.

Conforme o diretor, as mortes ocorreram antes da aeronave pegar fogo. “As queimaduras que terminaram com a carbonização de alguns corpos foram secundárias ao politraumatismo”, explicou.

Reis ressaltou, ainda, que apesar do estado em que os corpos foram resgatados, todos serão devidamente identificados antes de serem liberados para os sepultamentos.

“Eu garanto para vocês que quando esses corpos forem entregues aos seus familiares eles vão ter 100% de certeza que realmente é aquela pessoa. Nós não liberamos nenhum corpo, nenhuma pessoa, nenhum cadáver se não houver uma certeza absoluta dessa verificação, é por isso que daqui pra frente o processo vai ser um pouco mais lento”, detalhou.

Identificação dos corpos

Uma força-tarefa foi montada no IML para fazer o reconhecimento das vítimas, sendo que os corpos das 62 já passaram por exames como análise de digitais, radiografias, exames odontológicos de arcadas dentárias, tatuagens, entre outros pontos.

Do total de mortos, 27 foram identificados, sendo que 15 parentes já receberam as declarações de óbito e já podem providenciar as cerimônias de despedida. Em alguns casos, o IML ainda aguarda documentações das vítimas.

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Os reconhecimentos dos corpos ainda não têm prazo para terminar e, enquanto isso, familiares dos mortos foram acolhidos em um hotel na capital paulista.

Além deles, outras 15 vítimas da queda de avião em Vinhedo já foram identificados
Corpos do piloto Danilo Santos Romano (à esquerda) e copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva foram sepultados na Capital e Interior de SP, respectivamente (Reprodução/Redes sociais)

Despedidas

Algumas das vítimas já tiveram suas cerimônias de despedida, como o piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos, e o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61.

Familiares de Danilo o velaram na Basílica de Nossa Senhora da Penha, na Zona Leste da Capital, na segunda-feira (12). Já o enterro ocorreu em um cemitério na mesma região.

Ele se formou em aviação civil na Universidade Anhembi Morumbi, na capital paulista, em 2010. Em junho passado, finalizou uma pós-graduação em Gestão de Segurança de Voo na Unyleya. Além de atuar na Voepass, onde tinha sido promovido a piloto em julho de 2023, já tinha trabalhado para outras companhias aéreas, como Avianca e Air Astana.

Já o velório do copiloto Humberto de Campos foi realizado na cidade de Iporanga, no interior paulista, conforme um pedido que já tinha feito aos familiares. “Ele sempre falou isso: ‘pai, não esqueça. Quando eu morrer, eu quero sepultado em Iporanga’. Falou várias vezes, para mim, aos irmãos, para esposa”, contou o pai da vítima, Bernardo Pereira da Silva, de 87 anos, ao G1.

Segundo o genitor, o filho era apaixonado pela cidade localizada no Vale do Ribeira, mesmo morando em Jandira, no interior paulista. Assim, seu corpo foi enterrado em um cemitério local.

O acidente aéreo

O avião bimotor, modelo ATR-72, saiu de Cascavel, no Paraná, às 11h50 da última sexta-feira (9), com destino a Guarulhos, na Grande São Paulo, onde pousaria às 13h45. A capacidade é de 68 passageiros, mas 62 pessoas estavam a bordo, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes.

Porém, o avião caiu no quintal de uma residência, que fica em um condomínio residencial de Valinhos, mas nenhuma vítima foi registrada em solo.

Moradores conseguiram registrar o exato momento em que a aeronave rodava no ar e caiu. Na sequência, o avião pegou fogo e nenhum do ocupantes sobreviveu (assista abaixo):

A Polícia Civil, a Polícia Federal e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investigam as causas do acidente. As caixas pretas da aeronave foram retiradas e encaminhadas para análise em Brasília.

Ex-funcionários da Voepass criticaram as manutenções das aeronaves, sendo que até um palito foi usado em uma ocasião para reparar um botão que aciona o sistema antigelo. Além disso, falaram sobre “danos estruturais” sofridos pela aeronave que caiu, que a fizeram passar quatro meses sem operar neste ano.

A companhia aérea Voepass Linhas Aéreas, a antiga Passaredo, diz que informações relacionadas à investigação serão restritas à Aeronáutica e outras autoridades. A empresa não deu detalhes sobre as falhas registradas antes da queda.

A empresa ressaltou que o esforço principal da companhia, neste momento de dor, está em apoiar e dar assistência às famílias dos passageiros e tripulantes que estavam a bordo.

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