A força-tarefa montada no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo já identificou 56 dos 62 mortos no acidente aéreo em Vinhedo, no interior paulista. Destes, 27 corpos já foram liberados para as famílias para as cerimônias de despedida. Os demais ainda aguardam documentações e, seis, ainda passam pelo processo de reconhecimento. Entre eles está o coordenador de franquias Renato dos Santos Lima, de 34 anos, cujos familiares seguem na angústia.
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“A gente foi no IML, fez a entrevista que precisa. Ainda não temos informação do reconhecimento do corpo do Renato. Não temos ainda informação a respeito da liberação do corpo”, disse ao site G1 Robson Kaufmann, que era casado há 12 anos com a vítima.
O rapaz disse que todos os dias as famílias das vítimas são informadas pelo IML sobre as identificações, além de receberem orientações no hotel em que estão hospedados sobre os trâmites para sepultamento, ações da Voepass e seguradora.
Porém, até agora, a família segue sem uma resposta sobre Renato. O rapaz era natural de Monte Mor, no interior de São Paulo, mas morava em Florianópolis, em Santa Catarina. Ele viajou para a região de Cascavel, no Paraná, para fazer visitas em franquias do Grupo Trigo, responsável pelas marcas Spoleto e Le Bonton.
Em nota, a empresa na qual ele trabalhava destacou que “sua dedicação e alegria fizeram a diferença e seu legado será sempre lembrado com carinho por todos”.
Reconhecimento dos corpos
Conforme o diretor do IML, Vladmir Alves dos Reis, todas as vítimas morreram de politraumatismo. Algumas delas tiveram os corpos carbonizados na sequência, já que houve uma explosão e a aeronave ficou em chamas.
“Hoje, nós temos a convicção de que todos morreram de politraumatismo. É uma certeza científica, a aeronave despencou de uma altura de 4 mil metros e, ao atingir o solo, o choque foi muito grande e todos eles sofreram politraumatismo”, afirmou o diretor do IML, Vladmir Alves dos Reis, ao site G1.
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O IML destacou que todos os 62 corpos passaram por exames como análise de digitais, radiografias, exames odontológicos de arcadas dentárias, tatuagens, entre outros pontos.
Em oito casos, incluindo o de Renato, o IML ainda aguarda documentações das vítimas para seguir com a identificação. Em outros, serão necessários exames de DNA, em função de danos nos restos mortais que impedem o reconhecimento.
O acidente aéreo
O avião bimotor, modelo ATR-72, saiu de Cascavel, no Paraná, às 11h50 da última sexta-feira (9), com destino a Guarulhos, na Grande São Paulo, onde pousaria às 13h45. A capacidade é de 68 passageiros, mas 62 pessoas estavam a bordo, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes.
Porém, o avião caiu no quintal de uma residência, que fica em um condomínio residencial de Valinhos, mas nenhuma vítima foi registrada em solo.
Moradores conseguiram registrar o exato momento em que a aeronave rodava no ar e caiu. Na sequência, o avião pegou fogo e nenhum do ocupantes sobreviveu (assista abaixo):
A Polícia Civil, a Polícia Federal e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investigam as causas do acidente. As caixas pretas da aeronave foram retiradas e encaminhadas para análise em Brasília.
Ex-funcionários da Voepass criticaram as manutenções das aeronaves, sendo que até um palito foi usado em uma ocasião para reparar um botão que aciona o sistema antigelo. Além disso, falaram sobre “danos estruturais” sofridos pela aeronave que caiu, que a fizeram passar quatro meses sem operar neste ano.
Na terça-feira (13), o comandante José Luiz Felício Filho, presidente da companhia aérea Voepass, falou pela primeira vez após o acidente. Em um vídeo, ele prestou solidariedade às famílias das vítimas e ressaltou que os cuidados com as vidas dos passageiros e tripulantes “sempre foi e continuará sendo prioridade número um”. Além disso, reforçou que a empresa segue “as melhores práticas internacionais” de segurança.