O padre Julio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, procurou a Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência da Capital após receber ameaças de morte nas redes sociais. Um perfil com 50 mil seguidores, que usa o nome de Paulo Sposito, fez um comentário em uma publicação dizendo que o religioso deve “comer grama pela raiz”. O boletim de ocorrência foi registrado na terça-feira (13) como ameaça e injúria.
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O comentário em questão foi feito no último sábado (10), em uma página que divulga ocorrências policiais, no qual o autor diz que o padre é o responsável pela “invasão e o aumento de noias furtando no bairro Mooca”, localizado na Zona Leste da capital paulista.
No perfil de Paulo Sposito, o suspeito se identifica como pró-armas e “presidente da AF dos CACs do Brasil”. Além disso, ele se diz apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro e, inclusive, aparece em foto ao lado do filho dele, Renan Bolsonaro.
Julio Lancellotti, que é conhecido pelo seu trabalho com pessoas em situação de vulnerabilidade social, gravou mensagens nas redes sociais denunciando a situação e disse que, além dessa ameaça no Instagram, o mesmo perfil também teria deixado outras mensagens ameaçadoras no Facebook.
“Estou recebendo ameaças, inclusive de morte, porque as pessoas [em situação de rua] estão aqui na Mooca”, disse o padre em um vídeo (assista abaixo).
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que “a Polícia Civil investiga os crimes de ameaça e injúria contra um padre, de 75 anos, ocorridos por meio das redes sociais no último sábado (10). A vítima foi ouvida e representou contra o suspeito. A equipe da unidade analisa os elementos apresentados para identificar o autor.”
A reportagem não conseguiu contato com o responsável pelo perfil até a publicação desta reportagem.