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“O mundo está ciente da nossa vitória avassaladora”: María Corina Machado se opõe a novas eleições na Venezuela

A líder da oposição afirma a ilegalidade de Maduro e diz ter documentos que indicam a vitória de González

María Corina Machado
María Corina Machado

Entre crescentes complicações políticas, María Corina Machado, a líder da oposição na Venezuela, expressou firmemente sua discordância com a ideia de convocar novas eleições no país. Em uma entrevista concedida ao jornal espanhol El País, Machado reiterou que as eleições presidenciais de 28 de julho foram ganhas de forma inequívoca pelo candidato da oposição, Edmundo González, uma vitória que, segundo ela, não está sujeita a debate.

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Machado expressou duras críticas sobre a falta de legitimidade do presidente Nicolás Maduro. Embora o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo, o tenha declarado vencedor, não apresentou evidências sólidas que respaldem sua suposta vitória.

"Atualmente, Maduro carece de legitimidade devido à sua crescente repressão, que é a única coisa que o mantém no poder. Ele é cada vez mais desprezado, até mesmo por seus próprios aliados, algo que nunca havia acontecido antes", afirma inicialmente a líder da oposição.

“O mundo sabe que arrasamos nas urnas”

Em resposta, a oposição afirma ter revelado a maioria das atas de votação que seus observadores coletaram nos centros de votação, atas que, Machado indica, provam de forma conclusiva que González venceu com 67% dos votos, em comparação com os 30% de Maduro.

Estes registros, acessíveis através de uma plataforma digital com informações verificáveis por cada mesa, foram reconhecidos por sua validade por diversos países e entidades internacionais, incluindo os Estados Unidos e o Centro Carter. Essa validação global aumenta a pressão sobre o governo de Maduro, que vem enfrentando um crescente isolamento diplomático.

Machado enfatizou a importância de evitar a convocação de novas eleições, destacando que o evento eleitoral de 28 de julho foi realizado nas circunstâncias estabelecidas pelo regime, e que, apesar dos obstáculos, a oposição obteve uma vitória decisiva.

"Como é possível considerar a realização de outra votação? Já foi realizada uma, de acordo com as condições impostas pelo regime, com uma competição totalmente inclinada. Cumprimos com suas condições, utilizamos suas máquinas, suas atas... As atas que temos são documentos oficiais do CNE. Segundo suas regras, vencemos, todo mundo sabe que ganhamos de forma decisiva", enfatizou.

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A líder oposicionista María Corina Machado e o candidato da oposição nas eleições presidenciais, Edmundo González, mostram documentos de contagem de votos do alto de um caminhão durante um protesto contra os resultados das eleições AP (Cristian Hernandez/AP)

"A sua melhor opção é aceitar uma transição negociada"

Neste cenário, a líder da oposição discutiu a questão da transição política na Venezuela, indicando que "o desafio é fazer Maduro compreender que sua melhor alternativa é aceitar os termos de uma transição negociada". De acordo com Machado, há uma ampla aliança entre vários países e governos em relação à necessidade de uma transição que facilite a restauração da democracia na nação sul-americana.

"Este não é um diálogo para a distribuição de poder, mas sim para uma jornada em direção à mudança," enfatizou Machado. Ele declarou que a coalizão opositora está disposta a fornecer garantias, proteções e incentivos a Maduro e aos seguidores do chavismo, embora não tenha fornecido informações detalhadas sobre essas ofertas. No entanto, ele afirmou que o principal objetivo dessa negociação é pôr fim à "opressão violenta" exercida pelo regime de Maduro.

A entrevista também abordou a opressão que a sociedade civil está enfrentando sob o governo de Maduro. Machado mencionou que mais de 2.000 prisões foram feitas, incluindo observadores eleitorais e voluntários que estiveram presentes durante os processos eleitorais.

"Se há algo que preciso solicitar à comunidade global é que este assunto não recebeu a condenação que merece", declarou. "Estamos nos referindo ao fato de que Maduro ostenta diariamente que mantém mais de 2.000 pessoas presas, estão prendendo os observadores eleitorais em suas próprias casas", protestou.

Em relação à possível captura dele próprio ou do candidato Edmundo González, Machado expressa que: “Na Venezuela, tudo é possível, acredito que, em sua angústia, Maduro escolheu o caminho mais arriscado, se trancar e manter ao seu lado um alto comando militar. Considero que é um grande erro da parte dele e um grande perigo para os venezuelanos”.

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