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Incêndios criminosos: MP-SP pede quebra de sigilo de suspeito para descobrir se ordem partiu do PCC

Homem preso disse ser integrante da facção; polícia deteve outros dois por queimadas no interior paulista

Um dos suspeitos diz que integra o PCC
Três foram presos suspeitos por queimadas criminosas em cidades do interior de São Paulo (Reprodução/Redes sociais)

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu à Justiça a quebra do sigilo telemático de Alessandro Arantes, de 42 anos, que foi preso suspeito de provocar um incêndio criminoso na cidade de Batatais, no interior paulista. Ao ser detido, o homem comemorou o ato e afirmou aos policiais que é integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). Assim, a Promotoria quer saber se a ordem para a queimada partiu da facção.

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De acordo com o colunista Guilherme Amado, do portal “Metrópoles”, o MP ressaltou no pedido feito à Justiça que a quebra do sigilo é “relevantíssima para cruzamento de informações e estabelecimento de vínculos”.

Alessandro foi preso pela Polícia Militar no domingo (25). Os agentes receberam um vídeo, no qual o homem celebrava o incêndio que tinha provocado: “Bom dia para nós, primeiramente. Com Deus aí, né. Bom dia, papai. Glória a Deus. ‘Tamo organizado’ aqui agora. ‘Bagulho’ é daquela forma, na balança, naquela medida”, disse ele na gravação, que não foi divulgada.

Ao ser identificado e preso, o homem ressaltou ser integrante do PCC. Com ele, foi apreendido um isqueiro e uma garrafa com gasolina. Ele foi levado à Delegacia Seccional de Franca, também no interior paulista, onde foi constado que já tinha antecedentes criminais por roubo, furto, homicídio e posse de drogas.

A defesa do preso não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Homem foi preso em flagrante
Homem que diz ser integrante do PCC foi preso suspeito de provocar incêndio em mata de Batatais; ele portava isqueiro e garrafa com gasolina (Divulgação/SSP-SP)

Outros dois presos

A polícia prendeu outros dois suspeitos pelos incêndios criminosos registrados no interior de São Paulo no último fim de semana.

Uma das detenções ocorreu em São José do Rio Preto, no sábado (24), depois que um homem de 76 anos foi flagrado ateando fogo ao lixo em uma área de mata. Na mesma cidade, a polícia ainda procura por um motociclista, que apareceu em um vídeo ateando fogo em um terreno, sendo que depois as chamas se alastraram.

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Já a outra prisão ocorreu no domingo, no município de Porto Ferreira, onde um homem também foi flagrado ateando fogo em uma área de mata.

Apesar dos três casos semelhantes, o governo não acredita que houve uma ação coordenada. As polícias Civil e Federal instauraram inquéritos para apurar os incêndios.

Ação humana

O secretário Nacional de Proteção e da Defesa Civil, Wolnei Wolff, informou em coletiva de imprensa, na segunda-feira (26), que 99,9% dos focos de incêndio no interior do estado de São Paulo foram causados por ação humana.

“Não houve raio e também não houve acidente de torres de alta tensão que justificasse esse início dos incêndios, 99,9% é atividade humana mesmo. O ser humano por algum objetivo acha que o fogo resolve o problema dele, mas não tem ideia de que pode perder o controle”, destacou.

Wolff ressaltou que a PF instaurou 32 processos para investigar possíveis incêndios criminosos no Brasil, sendo que dois desses foram no estado de São Paulo.

Na manhã de segunda-feira, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) destacou, em entrevista à “GloboNews”, que nenhum foco de incêndio seguia ativo. Porém, duas pessoas morreram e mais de 800 tiveram que deixar suas casas desde a última sexta-feira (23).

Ao todo, 48 cidades paulistas seguem em alerta máximo por conta das queimadas.

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