Subiu para sete o número de presos suspeitos por incêndios criminosos registrados nos últimos dias, no interior de São Paulo. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a prisão mais recente ocorreu na cidade de Salto, onde um homem de 32 anos foi flagrado ateando fogo em uma área de mata às margens da Rodovia Archimedes Lammoglia (SP-75).
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Conforme a SSP, agentes da Guarda Municipal receberam denúncias sobre o incêndio criminoso e conseguiram identificar o autor, que confessou o ato e foi levado para uma delegacia em Itu, também no interior paulista. As chamas se alastraram por uma área de cerca de mil metros, às margens da rodovia, prejudicando a visibilidade dos motoristas. Apesar dos transtornos, ninguém se feriu.
Além desse suspeito, outros seis já tinham sido detidos nas regiões de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, que foram as áreas mais afetadas pelo fogo.
O governo estadual afirma que não há mais focos ativos, mas manteve ativo um gabinete de crise que foi montado e deixou em alerta máximo 50 cidades paulistas por riscos de novos incêndios.
Outras prisões
A primeira prisão ocorreu no sábado (24), em São José do Rio Preto, depois que um homem de 76 anos foi flagrado ateando fogo ao lixo em uma área de mata.
Já no domingo (25), a Polícia Militar Ambiental prendeu Alessandro Arantes, de 42 anos, suspeito de provocar um incêndio criminoso na cidade de Batatais. Ao ser detido, o homem comemorou o ato e afirmou aos policiais que é integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). Assim, a polícia e o Ministério Público investigam se a ordem para a queimada partiu da facção criminosa.
Com ele, foi apreendido um isqueiro e uma garrafa com gasolina. Ele foi levado à Delegacia Seccional de Franca, também no interior paulista, onde foi constado que já tinha antecedentes criminais por roubo, furto, homicídio e posse de drogas. A defesa dele não foi encontrada para comentar o assunto.
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Na segunda-feira (26), outros quatro suspeitos pelas queimadas foram detidos. Em Batatais, um homem de 27 anos foi detido após colocar fogo em um terreno próximo a uma Área de Preservação Permanente (APP), no Jardim Valenciano. Ele portava uma mochila com isqueiro, tesoura e caixa de fósforos.
Outra prisão ocorreu em Guaraci, onde um homem de 26 anos foi preso em flagrante após atear fogo em um canavial. Ele foi localizado após denúncias de moradores, que o viram provocando queimadas em pontos diferentes da região rural, sendo que portava dois isqueiros.
Outro homem de 44 anos foi preso no bairro Higienópolis, em São José do Rio Preto, por atear fogo a um terreno. O crime foi cometido no dia 23 e foi flagrado por câmeras de segurança. Após buscas, ele acabou preso na segunda-feira.
O sexto detido é um homem de 49 anos, que também foi filmado saindo de uma área de mata em Jales. Logo depois, as chamas se alastraram. Ele disse aos policiais que estava fumando, quando descartou a bituca do cigarro. Apesar disso, ele foi multado em R$ 7.350 por infração ambiental.
Já a sétima prisão ocorreu na cidade de Salto, quando o homem confessou o crime à Guarda Civil Municipal.
As polícias Civil e Federal instauraram inquéritos para apurar os incêndios criminosos. Os homens detidos poderão responder pelo crime, sendo que todos foram flagrados após denúncias anônimas.
Provocar incêndios é crime?
Segundo a legislação brasileira, provocar incêndio em floresta ou em outras formas de vegetação é considerado um crime ambiental, levando a pena de reclusão de dois a quatro anos e/ou aplicação de multa.
Caso presencie ações deste tipo, denúncias podem ser realizadas pelos seguintes canais de atendimento:
- Aplicativo Denúncia Ambiente, disponível para aparelhos Android e iOS.
- Denúncias por meio de telefone para a unidade do Policiamento Ambiental mais próxima.
- Polícia Civil (190)
- Corpo de Bombeiros (193)
- Defesa Civil (199)