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Mãe nega que menor enterrada em sítio fizesse uso de drogas e lamenta soltura de suspeitos: “Não pode”

Giovana Almeida, 16, desapareceu após ir a entrevista de emprego; dupla foi presa, mas liberada após fiança

Dois suspeitos no caso foram presos, mas soltos após fiança
Mãe nega que Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, cuja ossada foi achada enterrada em sítio, fizesse o uso de drogas (Reprodução/Arquivo pessoal)

Patrícia Alessandra, mãe da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, que teve a ossada enterrada em um sítio na cidade de Nova Granada, no interior de São Paulo, nega que a filha fizesse uso de drogas. Um empresário e um caseiro, suspeitos no caso, alegam que a garota morreu após sofrer uma overdose. Porém, a genitora garante que sua filha lhe contava tudo e que nunca a viu sob o efeito de entorpecentes.

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“Minha filha era muito boazinha, muito carinhosa, muito inteligente. A gente era muito amiga e ela me contava tudo, absolutamente tudo”, ressaltou Alessandra, em entrevista ao programa “Brasil Urgente”, da TV Bandeirantes (assista abaixo).

A mãe lamentou o fato dos suspeitos no caso, empresário Gleison Luís Menegildo e o caseiro Cleber Danilo Partezani, que confessaram a ocultação do cadáver no sítio, terem sido liberados após o pagamento de fiança.

“Como é que eu vou viver com isso e com esses caras soltos? Não pode, meu Deus”, disse Alessandra, aos prantos. “Eu preciso muito que não deixem acabar isso, porque esses homens estão livres, eles estão trabalhando, eles estão comendo, e a gente está há três dias sem parar de chorar”, lamentou.

A mãe lembrou que já tinha visto a filha conversando com Gleison em uma rede social, quando pediu que a menina não fizesse mais contato. “Eu vi a foto dele e perguntei: ‘filha, o que você está falando com esse homem, ele é muito mais velho do que você, tem mais de 30 anos’. E ela me contou, como sempre contou, que saiu com ele. Aí eu disse, né, ‘por favor, não quero isso mais’. Chamei a atenção dela. Aí ela me confessou: ‘ele disse que ia ajudar a ter as coisas que eu quisesse ”, contou Alessandra.

O caso segue em investigação, com a oitiva de testemunhas e outros funcionários de Gleison previstas para os próximos dias. A Polícia Civil também aguarda os resultados dos laudos do Instituto Médico Legal (IML) sobre as causas da morte da adolescente.

O empresário e o caseiro chegaram a ser presos, mas pagaram fiança de R$ 22 mil e foram liberados. Além da ocultação do cadáver, eles deverão responder por posse ilegal de arma, já que foram apreendidos dois revólveres no sítio.

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As defesas deles não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Relembre o caso

Giovana estava desaparecida desde o dia 21 de dezembro de 2023, quando foi até a empresa de Gleison para uma suposta entrevista de emprego. O homem confessou à polícia que conheceu a garota por meio de um aplicativo de relacionamento, um ano antes do sumiço.

O investigador Ericson Salles contou, em entrevista à TV TEM, afiliada da TV Globo, que o empresário alegou que chegou a sair com a garota assim que a conheceu, mas que não manteve muito contato depois disso. “Cerca de sete meses depois, no fim do ano [2023], a jovem teria pedido um emprego para ele. Por isso, ele falou: ‘traga seu currículo aqui que nós vamos analisar’. E foi aí que teve um novo encontro com ela, na empresa dele, em São José do Rio Preto”, relatou.

Foi nessa entrevista de emprego que Giovana começou a fazer uso de entorpecentes, segundo afirmou Gleison. O homem disse que ela fumou um cigarro de maconha e que a deixou no local enquanto buscava cervejas. Quando retornou, ela estava aos beijos com um funcionário. Logo depois, a garota teria passado mal e eles perceberam um recipiente de remédio, em cima de uma mesa, que continha cocaína. A dupla teria tentado socorrer a menor, mas se desesperou ao perceber que ela estava morta.

“O empresário disse que, em um primeiro momento, em um ato de desespero, ele teria colocado o corpo dela na caminhonete e ido até o distrito de Macaúba, em Mirassolândia (SP). Ele ia colocar o corpo em um rio que existe na região, mas resolveu depois vir até Nova Granada, na propriedade rural dele, que é arrendada há dois anos. Pediu para o caseiro providenciar uma vala, pois ele teria algo para enterrar. Foi onde depositou o corpo lá e o caseiro fechou com a terra, e por lá permaneceu o corpo”, destalhou o investigador.

O caso era investigado desde o desaparecimento de Giovana e, na última terça-feira (27), a Polícia Militar recebeu uma denúncia sobre um corpo enterrado no sítio. Lá, os agentes abordaram o caseiro Cleber Danilo Partezani, que acabou confessando que ajudou Gleison a ocultar o cadáver e indicou onde a ossada estava.

No primeiro depoimento, o empresário chegou a dizer que ele e o funcionário mantiveram relações sexuais com a vítima antes da morte. Porém, após a repercussão do caso, a defesa deles negou essa informação. Os advogados argumentam que Giovana morreu em função de uma “overdose”, que será confirmada pelo laudo necroscópico.

Dois homens foram presos, mas soltos após pagamento de fiança
Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, estava desaparecida desde dezembro de 2023; ossada foi achada enterrada em sítio em Nova Granada, no interior de SP (Reprodução/Redes sociais)

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