Foco

Ginecologista que ‘hipnotizava’ vítimas é condenado por abusar de 13 mulheres no PR; relembre o caso

Felipe Sá foi sentenciado a 35 anos de prisão, mas segue em liberdade até que se esgotem os recursos

A Justiça do Paraná condenou o ginecologista e obstetra Felipe Sá, de 40 anos, pelo abuso sexual cometido contra 13 pacientes, em Maringá. Ele foi considerado culpado pelo crime de violação sexual mediante fraude e foi sentenciado a 35 anos, um mês e nove dias em regime fechado. No entanto, segue em liberdade até que se esgotem os recursos.

No total, o ginecologista foi acusado de abusar sexualmente de 38 pacientes durante atendimentos em seu consultório. Porém, ele foi condenado por crimes cometidos contra 13 mulheres.

Além da condenação, que saiu na última sexta-feira (30), Sá também perdeu o título de ginecologista, não pode mais atuar como médico, e deverá pagar indenização no valor de R$ 15 mil para cada uma das 13 vítimas. Somadas, as multas chegam a R$ 195 mil.

Publicidad

Em nota enviada ao site G1, a defesa do médico disse que está analisando a sentença, mas vai recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Enquanto isso, Felipe Sá permanece em liberdade.

Já o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) informou que o registro profissional do médico está suspenso por ordem judicial. Além disso, o órgão destacou que um processo interno está em andamento para apurar as denúncias.

Hipnose

O médico chegou a ser preso em junho de 2023, depois que vítimas entrevistadas pelo “Fantástico”, da TV Globo, relataram que o médico “hipnotizava” as pacientes e insistia para que as mulheres se masturbassem durante o atendimento em seu consultório.

“Durante todo o pré-natal, meu marido me acompanhou. E aí teve uma consulta que eu acabei indo sozinha. Ele pediu pra que eu fechasse os olhos, que eu me imaginasse num lugar paradisíaco, contou até dez, estralou os dedos. Mas nenhum momento eu estava hipnotizada, eu estava em sã consciência. Ele falou: não, é sério. Se imagine tendo relações sexuais só com coisas que estejam dentro dessa sala. Aí ele começou a pegar pesado do tipo, você se tocaria agora?”, relatou uma das vítimas, que estava grávida na ocasião da consulta.

“‘Sinta-se à vontade, eu sou profissional o suficiente para poder separar as coisas’, ‘eu não vou ficar excitado’ e ele foi insistindo, de eu me tocar, deu tirar minha blusa. Ele falou assim: ‘qual é a diferença de eu te examinar e ver teus seios e agora você tirar a sua roupa?’ Falei porque eu entendo que são coisas diferentes. Não tem por que eu me expor aqui pra você dessa forma”, relatou a vítima.

Na época, o delegado Dimitri Monteiro, responsável pelo caso, disse que Felipe Sá utilizava o “universo de fragilidade feminina” para praticar os crimes. “Ele criava um ambiente de segurança antes. Ele até abordava o tema de empoderamento feminino, papel da mulher na sociedade para cativá-las, criar confiança para, durante o exame, praticar supostamente esses atos, esses abusos sexuais”, disse o investigador.

Sobre o uso de hipnose, o delegado destacou que o ginecologista não era graduado na área. “A gente fez um estudo bem, bem amplo sobre a vida acadêmica dele, a gente não achou qualquer curso de formação sobre a temática envolvendo hipnologia a gente acredita que ele tentou utilizar esse artifício justamente pra facilitar o emprego dessa suposta prática criminosa”, destacou Monteiro.

A polícia suspeita que Felipe Sá tenha feito mais de 140 vítimas, mas apenas 38 delas foram ouvidas no inquérito policial. Ele ficou preso até dezembro de 2023, quando obteve um habeas corpus e foi solto mediante uso de tornozeleira eletrônica.

Publicidad
Siga-nos no:Google News

Conteúdo patrocinado

Últimas Notícias