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Operação que prendeu Deolane Bezerra mira empresa que patrocina Corinthians e Palmeiras

Alvo da investigação, Esportes da Sorte também investiu em outras equipes pelo Brasil; empresa afirma que cumpre com seus deveres legais

A “Operação Integration”, que combate jogos ilegais e lavagem de dinheiro, mira a empresa Esportes da Sorte, patrocinadora de grandes times como Corinthians e Palmeiras. Agentes cumpriram mandados na manhã desta quarta-feira (4) na casa do empresário Darwin Henrique da Silva Filho, dono da companhia, quando recolheram joias e dinheiro. A ação é a mesma que prendeu a advogada e a influenciadora Deolane Bezerra e apreendeu um avião do sertanejo Gusttavo Lima.

A Esportes da Sorte é patrocinadora máster do Corinthians, além do time feminino do Palmeiras. A casa de apostas também investiu equipes como ABC, Athletico, Bahia, Ceará, Náutico e Santa Cruz. O nome dela também estampa a camisa do Grêmio, apesar de não ser o principal patrocínio do clube.

Em nota enviada ao site UOL, a empresa informou que está “de portas abertas para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar apoio irrestrito a qualquer ação investigatória”. A companhia ressaltou que não teve acesso aos autos do inquérito e aos motivos da ação policial.

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“O Esportes da Sorte ratifica seu compromisso com a verdade, com o jogo responsável e, principalmente, com o cumprimento de todos os seus deveres legais. A nossa casa está de portas abertas para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar apoio irrestrito a qualquer ação investigatória. Atuamos sempre com muita transparência e lamentamos o fato de, no momento, estarmos às escuras, sem acesso aos autos do inquérito e aos motivos da ação policial. Seguimos à disposição para todo tipo de esclarecimento que seja necessário para elucidar qualquer controvérsia”, destacou a nota.

Outra bet investigada

A casa de apostas Vai de Bet também foi alvo da operação. Um helicóptero que teria ligação com essa empresa chegou a ser apreendido em Campina Grande, na Paraíba, segundo a Polícia Civil.

Conforme o site G1, José André da Rocha Neto, dono da casa de apostas, não está no Brasil, e a defesa da plataforma informou que não vai comentar a investigação.

‘Operação Integration’

As investigações da “Operação Integration” começaram em abril de 2023, com objetivo de identificar e desarticular organização criminosa voltada à prática de jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, uma organização movimentou R$ 3 bilhões com as ações criminosas.

Além da prisão de Deolane Bezerra, o juiz da 12ª Vara Criminal da Comarca do Recife expediu outros 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba (PR) e Goiânia (GO).

De acordo com a Polícia Civil, também foi decretado o sequestro de bens como carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações, além de bloqueios de ativos financeiros no valor de mais de R$ 2,1 bilhões.

A Justiça também determinou a imposição de medidas cautelares como entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo.

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Prisão de Deolane

Deolane Bezerra estava passeando em Pernambuco, quando foi presa no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na manhã desta quarta-feira. Uma foto publicada pelo jornal “O Globo” mostrou a influencer prestando depoimento na sede do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri). A mãe dela, Solange Alves Bezerra Santos, também foi detida na operação.

A irmã dela, Dayanne Bezerra, que também é advogada, disse nas redes sociais que Deolane e a mãe têm ligação com uma empresa “idônea” que atua em todo o Brasil, ressaltou que a inocência delas será provada e alegou que a família é alvo de perseguição.

“Sabemos que essa é uma empresa que atua em todo o Brasil, com diversos influenciadores, com diversas emissoras de televisão, e até onde eu sei, uma empresa idônea. Mais uma vez minha família está sendo perseguida (...) mas vamos provar a nossa inocência, custe o que custar. Nós não temos vergonha e não devemos nada”, ressaltou Dayanne.

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Já a advogada Adélia Soares, que defende Deolane e Solange, publicou uma nota nas redes sociais dizendo que a investigação é sigilosa e que a divulgação de detalhes específicos do processo “não só desrespeita o direito à privacidade da investigada, como também pode configurar violação de segredo de Justiça, sujeitando os responsáveis às devidas sanções legais”.

“Ressaltamos que a Dr. Deolane Bezerra tem plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos. Além disso, informamos que o corpo jurídico da Dra. Deolane já está tomando todas as providências cabíveis para garantir o respeito ao sigilo processual e para responsabilizar aqueles que, porventura, estejam divulgando informações inverídicas ou confidenciais de forma indevida”, diz a nota.

A Polícia Civil de São Paulo também presta apoio à operação e, acompanhada de agentes de Pernambuco, foi até a casa de Deolane, onde apreendeu objetos de valor, como relógios e dinheiro.

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Avião de Gusttavo Lima

Um avião da empresa do sertanejo Gusttavo Lima foi apreendido na manhã desta quarta-feira durante a “Operação Integration”.

Conforme o site G1, a aeronave passava por manutenção em um aeroporto em Jundiaí, no interior de São Paulo, quando foi apreendida por policiais. O avião prefixo PR-TEN, que está em “situação normal”, segundo registro na Agência Nacional de Avião Civil (Anac), pertence à empresa Balada Eventos e Produções LTDA, do cantor.

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A assessoria do artista informou ao jornal “O Globo” que o avião em questão foi vendido, apesar de ainda estar registrado como de propriedade da empresa.

“A BALADA EVENTOS por intermédio de seu advogado Cláudio Bessas, esclarece que a aeronave prefixo PR-TEN, foi vendida por meio contrato de compra e venda, devidamente registrado junto ao RAB-ANAC para a empresa J.M.J Participações. Portanto, empresa J.M.J é a proprietária e está registrada no RAB da ANAC como operadora até o deferimento do processo de transferência pelo órgão”, diz o texto.

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