A personal trainer Andrea Luciana Zaude, que foi presa em flagrante após aplicar o 11º golpe contra a mesma joalheria de um shopping na Zona Norte de São Paulo e atropelar um segurança, em dezembro de 2022, foi condenada pela Justiça. Ela pegou mais de quatro anos de reclusão, que poderão ser cumpridos no regime semiaberto. Ainda cabe recurso.
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Conforme o colunista Rogério Gentile, do site “UOL”, Andrea foi considerada culpada pelo crime de tentativa de estelionato, cuja pena foi definida em 3 anos e 11 meses de reclusão, além de lesão corporal contra o segurança, com mais 7 meses e 15 dias de detenção. Como ela já está presa desde a época dos fatos, as sentenças foram determinadas em regime semiaberto.
“A ré não teve qualquer escrúpulo em atropelar o funcionário que apenas estava ali cumprindo o seu dever”, afirmou o juiz Carlos Lora Franco na decisão.
Durante o processo, a defesa da ré afirmou que ela foi vítima de uma armação e que não tentou aplicar nenhum golpe contra a joalheria. Sobre o atropelamento do segurança, quando ela tentava deixar o shopping, alegou que ela ouviu barulhos de tiros e, aterrorizada, tentou sair do local imediatamente.
Em junho passado, a personal trainer já tinha sido condenada por aplicar golpes em uma locadora de veículos e contra um plano de saúde. Ela ainda responde a outros quatro processos sob acusação de estelionato, mas a defesa destacou que está recorrendo das sentenças.
Relembre o caso
Andrea, que é investigada pela polícia em mais de 40 inquéritos por vários crimes entre fraudes e estelionato, cometidos desde 2011, foi presa no dia 27 de dezembro de 2022. Na ocasião, ela foi flagrada ao tentar aplicar um golpe contra uma joalheria pela 11ª vez.
Conforme o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ela entrou no site da loja e escolheu algumas peças, avaliadas em R$ 13 mil. Depois, fez um falso pagamento via Pix e esteve no estabelecimento para retirar as joias. No entanto, funcionários ficaram alertas e acionaram os seguranças do shopping.
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Ao tentar deixar o local em um carro de luxo, ela acabou atropelando um dos seguranças que tentavam impedir sua fuga. O homem sofreu fraturas na perna e foi socorrido pelos colegas de trabalho.
Depois disso, uma equipe da Polícia Militar que estava nas imediações foi avisada e identificou o carro da personal trainer seguindo pela Rua Voluntários da Pátria. Ela recebeu vários avisos de parada, mas só foi detida quando já estava na Rua Amaral da Gama, no bairro de Santana.
Ela foi levada para uma delegacia e, no dia seguinte, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Agora, acabou condenada no caso.
‘Musa do Golpe’
Andrea trabalhava como modelo, era competidora internacional de hipismo e ex-fisiculturista. Ela ficou conhecida como a “Musa do Golpe”, em função das diversas denúncias feitas à polícia por casos de estelionato e fraudes.
Segundo as ocorrências, a mulher costumava abastecer o carro em postos e sair sem pagar, efetuava compras em diversos estabelecimentos e apresentava comprovantes de pagamento falsos, alugava imóveis e não pagava, além de fazer procedimentos em salões de beleza e também não quitar os valores devidos, entre outras fraudes.
Em outubro de 2021, Andreia teria aplicado golpes em um hotel na Consolação, no Centro de São Paulo, onde passou uma semana hospedada e deixou um prejuízo de R$ 32 mil. Em dezembro seguinte, ela procurou uma fisioterapeuta em Santana para colocar joias de ouro na orelha. O serviço custou R$ 5,5 mil e foi pago via Pix, mas também nunca chegou a cair na conta.
Ainda em dezembro de 2021, a musa fitness esteve em um salão de beleza na capital paulista, onde fez vários tratamentos em um período de quatro dias. Lá, ela também adquiriu joias, mas, assim como os demais casos, não pagou.
Em abril de 2022, o golpe teria sido aplicado contra a dona de um imóvel que foi alugado por Andrea. O aluguel seria de R$ 4,5 mil ao mês por um ano, mas ela sempre atrasou os pagamentos e acabou denunciada à polícia.
Depois disso, ainda naquele mês, o dono de uma loja de produtos de animais em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, disse ter sido vítima de estelionato. Ele disse que a mulher fez compras de vários produtos e pagou com cartões de crédito em nome de outras pessoas. Uma delas chegou a custar R$ 7 mil e também nunca foi paga.
