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Caso Djidja Cardoso: mãe nega que ex-sinhazinha tenha morrido por causa do uso de cetamina

Em audiência, Cleusimar Cardoso afirmou que a filha sofria de depressão e que isso a matou

Ela e o filho Ademar seguem presos por forçar uso de substância em seita
Cleusimar Cardoso (à esquerda), mãe de Djidja, negou que a filha tenha morrido por causa do uso excessivo de cetamina (Reprodução/Instagram)

Cleusimar Cardoso, mãe da empresária e ex-sinhazinha do boi-bumbá Garantido Djidja Cardoso, de 32 anos, que foi encontrada morta em Manaus, no Amazonas, em maio deste ano, negou que a filha tenha falecido por causa do uso excessivo de cetamina. Em audiência na Justiça, a genitora, que segue presa, destacou que a filha sofria de depressão e que foi isso que a matou.

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A mãe de Djidja, seu irmão, Ademar Cardoso, o ex-namorado, além de outras sete pessoas, viraram réus por tráfico de drogas. Em audiência de instrução do processo, ocorrida o último dia 4 de setembro, Cleusimar foi ouvida por cerca de meia hora. Conforme o site G1, a mulher também negou que tenha formado a seita “Pai, Mãe, Vida” e que obrigasse os integrantes a fazer consumo de alucinógenos.

Sobre a morte da filha, ela ressaltou que tem certeza de que a causa foi uma depressão. “A cetamina não foi a solução para Djidja, mas ela lutou contra a depressão usando cetamina. Não que a cetamina tenha causado a morte dela; na verdade, ela tomava altas doses de clonazepam, o que eu considero mais arriscado e perigoso do que a cetamina”, revelou a genitora, que explicou que o quadro depressivo da ex-sinhazinha piorou após a morte da avó, em junho de 2023, e a descoberta de traições por parte do namorado.

Cleusimar disse que estudou sobre sobre psicodélicos e como eles poderiam ajudar a tratar depressão e ansiedade, assim, descobrindo a cetamina. Ela revelou que também começou a usar a substância após a morte de sua mãe, pois, junto com a maconha, a ajudava no tratamento da ansiedade.

Porém, um laudo preliminar apontou que a ex-sinhazinha sofreu um edema cerebral, que afetou o funcionamento dos pulmões e coração. A suspeita é que uma overdose por cetamina tenha agravado o quadro de saúde. O laudo oficial ainda não foi divulgado.

A polícia também descobriu durante as investigações que Cleusimar usava um livro chamado “Cartas de Cristo”, a partir do qual realizava cultos. Assim, ela recrutava outras pessoas, principalmente funcionários da rede de salões de beleza da família, para que participassem dos encontros e fizessem o uso de alucinógenos.

Porém, na audiência, Cleusimar ressaltou que as cartas escritas por Jesus eram usadas para orientar os funcionários a lidar com os clientes, mas ressaltou que não chegou a formar uma seita e muito menos obrigava o uso de substâncias. Ela ressaltou que pretende sim voltar a meditar sobre o material.

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“Intolerância religiosa é crime. Espero que ninguém me impeça de meditar as cartas de Cristo, que foram escritas por Jesus. Pretendo continuar com meus salões, minhas meditações e seguindo a palavra”, ressaltou Cleusimar.

A defesa dela não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Morte de Djidja Cardoso

A polícia encontrou um vídeo gravado no dia 27 de maio deste ano, quando Djidja apareceu deitada em uma cama, segurando uma seringa em uma das mãos e, na outra, um frasco de cetamina.

Suspeita é que ela tenha tido overdose da droga
Djidja Cardoso apareceu segurando seringa e frasco de cetamina horas antes de ser achada morta, em Manaus, no Amazonas (Reprodução/Instagram)

Na ocasião, Bruno Lima, ex-namorado dela, apareceu tentando pegar o vidro, quando disse: “Me dá, tá bom já. Olha como você está”, afirmou ele, sendo que na sequência a ex-sinhazinha pergunta o porquê. “Você vai quebrar (...) olha como você está, por favor, solta, a sua mão está dura”, ressaltou o rapaz.

Já na madrugada do dia 28 de maio, Djidja apareceu em outra gravação procurando a tampa da seringa na cama. Bruno afirmou que queria dormir e como resposta, ouviu: “eu vou me aplicar”. Logo depois, o ex-namorado disse: “Eu tentei”, enquanto a ex-sinhazinha pergunta “tentou o quê?”, e ele respondeu: “Te salvar. Mas olha aí como tu tá. Tu não quer parar de usar isso.”

Naquela mesma madrugada a empresária foi encontrada morta. Ela também era investigada por envolvimento em um esquema de compra, distribuição e aplicação da substância cetamina.

Prisão da mãe e irmão

Após se aposentar da função de sinhazinha, Djidja fundou um salão de beleza, chamado Belle Femme, com a mãe, Cleusimar, e o irmão, Ademar. Segundo a polícia, a suspeita é que eles usassem o estabelecimento para o comércio dos entorpecentes. Além dos dois, também são investigados três funcionários do salão: Claudiele Santos da Silva, Marlisson Vasconcelos Dantas e Verônica da Costa Seixas.

Conforme a investigação, a família de Djidja era responsável pela seita “Pai, Mãe e Vida”, que promovia o uso e comercialização da cetamina, em Manaus. O grupo também fazia aplicação forçada da substância em integrantes e obrigavam os funcionários do Belle Femme a participar da doutrina.

Dois dias depois da morte da ex-sinhazinha, Cleusimar e Ademar foram presos. Na sequência, o ex-namorado de Djidja e o coach da família Cardoso, Hatus Silveira, também acabaram detidos. Além deles, foram presos dois funcionários da clínica veterinária suspeita de fornecer cetamina à família. Já o dono da clínica se entregou após ter a prisão decretada pela Justiça.

O Ministério Público do Amazonas denunciou o grupo por tráfico de drogas, o que foi acatado pela Justiça, em julho deste ano. Assim, eles viraram réus e aguardam julgamento.

As defesas deles não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Confira abaixo as acusações contra os réus:

  • Cleusimar Cardoso Rodrigues (mãe de Djidja): denunciada por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
  • Ademar Farias Cardoso Neto (irmão de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
  • José Máximo Silva de Oliveira (dono de uma clínica veterinária que fornecia a cetamina): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
  • Sávio Soares Pereira (sócio de José Máximo na clínica veterinária): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
  • Hatus Moraes Silveira (coach da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação pra o tráfico;
  • Marlisson Vasconcelos Dantas (cabeleireiro em uma rede de salões de beleza da família): denunciado por tráfico de drogas;
  • Claudiele Santos Silva (maquiadora em uma rede de salões de beleza da família): denunciada por tráfico de drogas;
  • Verônica da Costa Seixas (gerente de uma rede de salões de beleza da família): denunciada por tráfico de drogas;
  • Emicley Araújo Freitas (funcionário da clínica veterinária de José Máximo): denunciado por tráfico de drogas;
  • Bruno Roberto da Silva Lima (ex-namorado de Djidja): denunciado por tráfico de drogas.
Mulher foi encontrada morta em casa
Ex-sinhazinha Djidja (à esq), a mãe Cleusimar Cardoso e o irmão, Ademar Cardoso (Reprodução/Instagram)

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