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Laudo do IML descarta queda acidental no caso da menina de 3 anos morta no interior de SP

A mãe da menina afirmou que a filha sofreu uma queda enquanto tomava banho, mas o laudo contradiz essa versão.

A menina morreu em decorrência de um trauma causado por força externa.
A menina morreu em decorrência de um trauma causado por força externa. (Mariana Lienemann/Reprodução / G1)

O caso da morte da pequena Sophia da Silva Fernandes, de 3 anos, segue sob investigação da Polícia Civil de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. A menina, que completaria 4 anos no dia 13 de setembro, passou nove dias internada na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas até que teve a morte cerebral constatada pela equipe médica do local. De acordo com o G1, a gravidade das lesões chamou a atenção da equipe, que acionou as autoridades.

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Os médicos responsáveis pelo atendimento de Sophia suspeitaram de um episódio de violência devido as graves lesões cerebrais apresentadas pela menina ao dar entrada na unidade de saúde. Em sua versão, a mãe alega que a filha sofreu uma queda acidental no banho.

Diante da situação, a Polícia Civil colheu os depoimentos de todos os envolvidos no caso, incluindo os pais e avós maternos e paternos. Ainda assim, a investigação conduzida em sigilo pela Delegacia de Defesa da Mulher não elencou suspeitos, no entanto isso pode mudar após o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal.

Sem possibilidade de acidentes

Conforme a reportagem, o laudo do IML aponta não existir a possibilidade de que a menina tenha sofrido um acidente e reforça as suspeitas de uma agressão. Para tal, o legista aponta que crianças pequenas não sofreriam lesões de tal gravidade em caso de queda doméstica devido a “baixa energia por apresentarem baixa velocidade e pouco peso”. Além disso, o trauma de Sophia teria sido causado por “meio cruel”, sendo a morte decorrente de causas externas.

Além disso, a perícia ressalta que a reação da mãe nos atendimentos iniciais com médicos, assistentes sociais e psicólogos não foi compatível com “a gravidade do quadro clínico da filha”. “Ela apresenta postura evasiva e apatia, expressando afeto dissociado diante do contexto de internação da filha e da gravidade de quadro clínico”.

Em depoimento, a mãe afirmou que a filha era uma criança bagunceira e agitada, e afirmou colocá-la de castigo, mas não utilizar da força para corrigi-la. O atual companheiro da mulher confirmou as informações.

Por outro lado, o pai da menina afirmou que a mãe “tinha um comportamento bruto” com a filha e que isso causava uma série de brigas enquanto os dois estavam juntos. Segundo ele, a mulher dava “palmadas fortes na menina”.

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Até o momento, a DDM não se manifestou sobre o assunto, mas o juiz da Vara da Infância e Juventude de Ribeirão Preto, Paulo César Gentile, afirmou existir materialidade para afirmar que Sophia foi morta.

“O laudo necroscópico é uma evidência inconteste de que essa morte não foi acidental. Essa menina muito provavelmente, de acordo com o laudo, não morreu em função de uma queda. O laudo de maneira bem objetiva, bem concreta, aponta que ela morreu em função de uma energia muito grande aplicada sobre o corpo”.

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